"Mata-mata" leva humanos para a realidade virtual

por Nuno Patrício, Pedro A. Pina - RTP
Fábio Almeida (E), Pedro Bastos (C), Carlos Brotas (D) - Fundadores da Ubiquosity Fotos: Pedro A. Pina - RTP

Quatro jovens lusos são protagonistas de um novo invento que transporta seres humanos para um jogo virtual. Em "Mata-Mata" um jogo do tipo 'First Person Shooter' há um objetivo: sobreviver.

Imagine um capacete que o leva para um jogo virtual. Pode agora deixar de imaginar. Porque é uma realidade.
“Isto faz mesmo que nós mudemos de mundo, num segundo estamos num sítio completamente diferente”.


Um capacete de ski, uns óculos de moto contra o vento, lentes, um encaixe frontal, um tablet, uma pistola eletrónica e total liberdade de movimentos.

Material sem ligação física, por cabos que, combinados, nos transportam para um cenário virtual.

O jogador que coloca o capacete entra e compete diretamente com outros jogadores reais.

Quem “matar-matar” mais ganha e quem já experimentou afirma querer voltar a entrar nesta viagem virtual.

Amigos, amigos, tiros à parte
Quatro amigos, fãs de jogos de computadores e um sonho: entrar “mesmo” nos jogos virtuais.

Carlos Brotas, Fábio Almeida, Hugo Damásio e Pedro Bastos são os criadores do projeto Ubiquosity. Uma agência que cria experiências de realidade virtual.


O projeto tem um objetivo claro: transformar a interação virtual de um jogador numa presença cada vez mais real e sensorial.No futuro não muito longínquo: "Estamos a falar em trazer o cérebro para dentro do jogo, ler o que se passa dentro da cabeça de uma pessoa e com isso influenciarmos a realidade virtual".

“Isto faz mesmo que nós mudemos de mundo e num segundo estamos num sítio completamente diferente”, afirma carlos Brotas em conversa com o site da RTP.

Maior nível de imersão leva a uma maior experiência e isso só é possível quando se “desliga fisicamente” o software do hardware.

Referem que o mais difícil é não jogar, pois quando estão juntos e se “transportam” para dentro do jogo o melhor amigo passa a ser a arma “virtualmente real”.

E como em todos os jogos de guerra, quem morre perde.
O futuro é hoje
A ideia de uma maior interação entre jogos virtuais e o utilizador não é nova.

Existem vários modelos, virtuais, que criam sensações mais ou menos reais e que servem como elo de ligação entre ser humano e a máquina.

Sabendo desta realidade, os quatro amigos, todos com conhecimento de programação informática, juntaram as ideias, adaptaram-nas e, à boa maneira portuguesa, criaram o próprio protótipo.



A ideia Ubiquosity já foi dada a conhecer em alguns certames de empreendedorismo, como o Maker Faire, onde a possibilidade de experimentar este inovador sistema criou expectativa e filas de hora e meia para que as pessoas conseguissem experimentar o “Mata-mata”.

Agora os quatro amigos revelam ao site da RTP que toda esta aventura não acaba aqui.

Em estudo está a instalação e a adaptação deste jogo a um cenário físico e real, em que o jogador se desloca por si próprio, tornando a interação ainda mais sensorial.

Para isso estão já a estudar um roadmap corporal, como explica Pedro Bastos: "Podemos falar em estar a mapear o corpo de uma pessoa. Conseguirmos colocar-nos de cócoras ou deitar. Estamos a falar em criar experiências em que uma pessoa se pode deslocar [andar no espaço físico e ser reproduzido] no mapa.

O futuro é hoje, quando nos revelam que a finalidade é oferecer sensações naturais em cenários virtuais, através da leitura eletrónica do neocórtex cerebral.

"Estamos a falar em trazer o cérebro para dentro do jogo e ler o que se passa dentro da cabeça de uma pessoa e com isso influenciarmos a realidade virtual".

Um horizonte não muito longínquo, dizem, em que o computador reconhecerá o estado de espírito do utilizador e o jogo adaptar-se-á para interagir de acordo com a motivação.

Para já, escalar montanhas ou ser piloto de Nascar ainda só é possível para quem pratica estas atividades, mas Carlos Brotas, Fábio Almeida, Hugo Damásio e Pedro Bastos já têm as mentes ligadas ao futuro e prometem que em breve poderemos ter mais notícias reais do universo virtual.

Imagem e Edição: Pedro A. Pina, Nuno Patrício
Música: Battlestar Galactica - Storming New Caprica /DR
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