Quatro jovens lusos são protagonistas de um novo invento que transporta seres humanos para um jogo virtual. Em "Mata-Mata" um jogo do tipo 'First Person Shooter' há um objetivo: sobreviver.
“Isto faz mesmo que nós mudemos de mundo, num segundo estamos num sítio completamente diferente”.
Um capacete de ski, uns óculos de moto contra o vento, lentes, um encaixe frontal, um tablet, uma pistola eletrónica e total liberdade de movimentos.
Material sem ligação física, por cabos que, combinados, nos transportam para um cenário virtual.
O jogador que coloca o capacete entra e compete diretamente com outros jogadores reais.
Quem “matar-matar” mais ganha e quem já experimentou afirma querer voltar a entrar nesta viagem virtual.
Amigos, amigos, tiros à parte
Quatro amigos, fãs de jogos de computadores e um sonho: entrar “mesmo” nos jogos virtuais.
Carlos Brotas, Fábio Almeida, Hugo Damásio e Pedro Bastos são os criadores do projeto Ubiquosity. Uma agência que cria experiências de realidade virtual.
O projeto tem um objetivo claro: transformar a interação virtual de um jogador numa presença cada vez mais real e sensorial.No futuro não muito longínquo: "Estamos a falar em trazer o cérebro para dentro do jogo, ler o que se passa dentro da cabeça de uma pessoa e com isso influenciarmos a realidade virtual".
“Isto faz mesmo que nós mudemos de mundo e num segundo estamos num sítio completamente diferente”, afirma carlos Brotas em conversa com o site da RTP.
Maior nível de imersão leva a uma maior experiência e isso só é possível quando se “desliga fisicamente” o software do hardware.
Referem que o mais difícil é não jogar, pois quando estão juntos e se “transportam” para dentro do jogo o melhor amigo passa a ser a arma “virtualmente real”.
E como em todos os jogos de guerra, quem morre perde.
O futuro é hoje
A ideia de uma maior interação entre jogos virtuais e o utilizador não é nova.
Existem vários modelos, virtuais, que criam sensações mais ou menos reais e que servem como elo de ligação entre ser humano e a máquina.
Sabendo desta realidade, os quatro amigos, todos com conhecimento de programação informática, juntaram as ideias, adaptaram-nas e, à boa maneira portuguesa, criaram o próprio protótipo.
A ideia Ubiquosity já foi dada a conhecer em alguns certames de empreendedorismo, como o Maker Faire, onde a possibilidade de experimentar este inovador sistema criou expectativa e filas de hora e meia para que as pessoas conseguissem experimentar o “Mata-mata”.
Agora os quatro amigos revelam ao site da RTP que toda esta aventura não acaba aqui.
Em estudo está a instalação e a adaptação deste jogo a um cenário físico e real, em que o jogador se desloca por si próprio, tornando a interação ainda mais sensorial.
Para isso estão já a estudar um roadmap corporal, como explica Pedro Bastos: "Podemos falar em estar a mapear o corpo de uma pessoa. Conseguirmos colocar-nos de cócoras ou deitar. Estamos a falar em criar experiências em que uma pessoa se pode deslocar [andar no espaço físico e ser reproduzido] no mapa.
O futuro é hoje, quando nos revelam que a finalidade é oferecer sensações naturais em cenários virtuais, através da leitura eletrónica do neocórtex cerebral.
"Estamos a falar em trazer o cérebro para dentro do jogo e ler o que se passa dentro da cabeça de uma pessoa e com isso influenciarmos a realidade virtual".
Um horizonte não muito longínquo, dizem, em que o computador reconhecerá o estado de espírito do utilizador e o jogo adaptar-se-á para interagir de acordo com a motivação.
Para já, escalar montanhas ou ser piloto de Nascar ainda só é possível para quem pratica estas atividades, mas Carlos Brotas, Fábio Almeida, Hugo Damásio e Pedro Bastos já têm as mentes ligadas ao futuro e prometem que em breve poderemos ter mais notícias reais do universo virtual.
Imagem e Edição: Pedro A. Pina, Nuno Patrício
Música: Battlestar Galactica - Storming New Caprica /DR