Marques Mendes acusa Menezes de "cata-vento" no caso dos debates televisivos

por © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

O líder do PSD, Marques Mendes, acusou hoje no Algarve o seu adversário à liderança do partido, Luís Filipe Menezes, de ser "instável" e um "cata-vento" por dar "o dito por o não dito" nos debates televisivos.

Escusando-se claramente a responder aos jornalistas se vai ou não a um debate na RTP, como foi desafiado por Menezes, Luís Marques Mendes preferiu, esta tarde em Loulé, acusar o seu adversário nas eleições directas de dia 28 deste mês de "cata-vento" e dizer que o PSD precisa de unidade e estabilidade e que a credibilidade é essencial no perfil de um candidato.

"O líder do PSD não pode ser uma pessoa instável (...) não pode dar o dito por o não dito, não pode passar os dias a dizer que quer debates na televisão e quando está tudo acertado diz que já não vai fazer", comentou Marques Mendes, em Loulé, num almoço para cerca de 200 simpatizantes.

"Para cata-vento, para mudar de opinião todos os dias, para andar permanentemente aos zigue-zagues e às oscilações já chega o primeiro-ministro que ainda temos à frente de Portugal. Nós temos que ser diferentes", declarou o líder do PSD, arrancando um forte aplauso dos militantes.

"O meu adversário nestas directas [Luís Filipe Menezes] costuma dizer que é preciso fazer oposição e tem toda a razão do mundo", disse em tom irónico Marques Mendes, para logo a seguir subir o tom crítico a acusar Menezes de andar a fazer "durante dois anos e meio oposição permanentemente ao PSD em vez de fazer ao governo, ao PS e ao primeiro-ministro de Portugal".

Durante o discurso em Loulé, Marques Mendes pediu diversas vezes aos simpatizantes uma "vitória clara e expressiva" nas directas de dia 28 para dar estabilidade ao PSD e derrubar em 2009 o governo de José Sócrates.

"Quero uma vitória clara e expressiva para em unidade ganharmos em 2009" e para dar um sinal ao engenheiro José Sócrates.

Na recta final para as eleições directas do PSD, Mendes recordou em Loulé todo o seu percurso político e garantiu que está nestas eleições para "sair vencedor" e lutar por Portugal.

"Eu estou aqui pelo meu País e porque vamos governar em 2009. Portugal merece ser diferente e eu sei que é possível ganhar. Já fui tudo o que é possível no meu partido. A única razão que me leva a estar aqui é por Portugal. Eu não me conformo com o que está a acontecer aqui", declarou no púlpito.

Escolher um candidato a primeiro-ministro não é uma escolha qualquer, argumenta Marques Mendes, repetindo que é necessário ser uma "pessoa estável", uma pessoa "que não muda de opinião com ligeireza", como voltou a referir que era o caso de Menzes no caso do aeroporto da Ota.

Marques Mendes recordou que no congresso em Pombal, Luís Filipe Menezes defendeu o novo aeroporto na Ota e hoje mudou de opinião.

Num discurso sempre voltado para demonstrar que o adversário Menezes não estava à altura para primeiro-ministro, o líder-candidato criticou também a política do governo, nomeadamente na forma como "maltrata os professores" e no esquecimento das pequenas e médias empresas (PME).

"Este governo só olha para as grandes empresas e esquece-se das pequenas e médias empresas", mencionou, prometendo que com ele no poder Portugal vai "crescer três por cento ao ano" e baixarão os impostos (IVA e IRC) para evitar que as empresas se instalem noutros países.


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