Mário Nogueira reitera que proposta do Governo "não permite acordo"

por RTP

Foto: António Cotrim - Lusa

O secretário-geral da Fenprof afirmou esta quinta-feira que a proposta negocial apresentada pelo Governo "tem pontos em que não foi melhorada" e, com este documento, "não há acordo".

"A posição da Fenprof e de mais oito organizações é que o acordo é desejável. Infelizmente, a proposta que temos em cima da mesa não o permite", afirmou Mário Nogueira em entrevista ao Bom Dia Portugal.

Para a tarde desta quinta-feira está agendada uma nova ronda negocial "para dar uma última oportunidade ao ministro da Educação de poder resolver os problemas que existem".

"Para poder ver, em relação aos concursos de colocação de professores, se há um acordo", afirmou Mário Nogueira.

Questionado sobre as últimas declarações do ministro da Educação, que falou em alguns avanços, o secretário-geral da Fenprof considerou que "esses avanços são os que já se conhecem". O sindicalista acusa, no entanto, João Costa de só ter falado numa parte dos problemas.Mário Nogueira recorda que existem com “contrato ativo no passado dia 31 de dezembro 15” cerca de “15.600 professores” e não os “10.700” de que o ministro falou.

“Ficando cinco mil de fora, podemos dizer que vão ficar os mais graduados, os mais antigos vão vincular. E os mais novos esperam mais um ano ou dois”.

“Mas não, o regime que nos apresentam pode vincular professores no quarto ou quinto ano de serviço e deixa de fora professores com 16 e 17 anos de serviço”, esclareceu.Segundo Mário Nogueira, a Fenprof “está sempre pronta para assinar acordos. Aliás, se não estivéssemos não íamos às negociações”.


“A questão é que com este documento, que está neste momento em cima da mesa, não há a possibilidade de acordo. Mas, como hoje à reunião vamos ver se o ministro tem alguma novidade para ultrapassar os pontos de desacordo”.

Mário Nogueira recordou ainda que os docentes estão “neste momento, três a quatro escalões abaixo do que deviam estar, discriminados no continente em relação às regiões autónomas”.

“Nós estamos a dizer que hoje tem de ficar calendarizado o processo negocial para a negociação da recuperação do tempo”, rematou o secretário-geral da Fenprof.
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