O referendo "provavelmente vai ser depois das presidenciais, lá para Março ou Abril do próximo ano", disse Rebelo de Sousa aos jornalistas, à margem da sessão de autógrafos do livro "Professor, boa- noite", que reúne as suas crónicas políticas na TVI, em que participou juntamente com os jornalistas Júlio Magalhães e José Carlos Castro.

A propósito da proposta do PS para a realização de um novo referendo sobre a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IGV), Rebelo de Sousa recordou que na primeira consulta popular sobre a questão, em 1998, quando era líder do PSD, deu "liberdade de voto aos militantes e eleitores", apesar de ser pelo "não".

"Vamos ver qual é a posição que adopta Luís Marques Mendes como novo líder do PSD, provavelmente será a mesma que eu adoptei, que é dar liberdade de voto aos militantes, dirigentes e aos eleitores do PSD", disse, dando como certa a vitória do ex-ministro dos Assuntos Parlamentares na corrida à sucessão de Pedro Santana Lopes.

Rebelo de Sousa admitiu fazer, "como cidadão", campanha pelo "não" no próximo referendo sobre a IGV e lamentou que os governos anteriores não tenham feito "coisas fundamentais" em termos de planeamento familiar.

Como analista, destacou como factos políticos para os próximos tempos ver como PSD e CDS "arrancam com os seus novos líderes", como é que o Governo "dá a volta" ao Orçamento de Estado "que diz que não serve" e como é que os partidos se preparam para as autárquicas de Outubro.

No mesmo sentido, salientou ainda a confirmação ou não do referendo europeu para Outubro - em simultâneo com as eleições autárquicas, como propôs o primeiro-ministro, José Sócrates -, "quando é que Cavaco Silva arranca para as presidenciais e quem é que arranca do lado do PS, se é António Guterres, ou se é António Vitorino".

Marcelo Rebelo de Sousa participa ainda esta noite num jantar/tertúlia, intitulado "Conversas com Marcelo".

O professor de Direito vai passar a participar, de seis em seis meses, no Funchal, nas "Tertúlias do Savoy", encontros que servirão para debater a vida política nacional, regional e internacional, a convite do director-geral do Grupo Savoy Hotels, Carlos Martins.