Mais uma crise. Tutela debate-se com saída de cirurgiões do Amadora-Sintra

por RTP
Filipe Silva - Lusa

A ministra da Saúde está a braços com uma nova crise, agora no Hospital Amadora-Sintra, devido à saída de dez cirurgiões no mês passado. Ana Paula Martins vai estar reunida esta quarta-feira com o Conselho de Administração do hospital, considerando a situação "preocupante".

A saída dos dez cirurgiões aconteceu em outubro, devido ao regresso de dois médicos que denunciaram más práticas no serviço. Depois de investigadas, as denúncias revelaram não ser verdadeiras.

A 31 de outubro, dia em que os dez cirurgiões saíram do hospital, o diretor do Serviço de Cirurgia Geral, Paulo Mira, também se demitiu. Só vai exercer funções até ao final deste ano.

Na terça-feira, em declarações aos deputados das comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e da Saúde, Ana Paula Martins afirmou que o Governo está a dar "todo o apoio para resolver a situação", que levou o hospital a ativar o plano de contingência de Cirurgia Geral entre as 20h00 de dia 1 de novembro e as 8h00 de dia 2.

Neste período, a urgência de cirurgia geral não recebeu doentes externos. Desde então, os níveis de contingência foram sendo ativados conforme as necessidades identificadas.

Na semana passada, a Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra indicou que estavam a ser efetuados “esforços de resolução com a maior brevidade possível, com o apoio dos elementos do serviço e restante equipa”.

Para fazer face à saída dos especialistas, o hospital está a proceder à contratação de novos médicos, assim como à reestruturação do serviço.

Apesar da saída desta dezena de médicos, a ULS garantiu ainda que as cirurgias eletivas (programadas com antecedência) "estão a ser realizadas", mas admitiu que "poderá haver necessidade de ajustar o plano operatório".
Hospital de proximidade de Sintra abre em breve
Na terça-feira, o presidente da autarquia sintrense adiantou à agência Lusa que o hospital de proximidade de Sintra, unidade será complementar ao Amadora-Sintra, vai começar a funcionar quando puder "abrir em plena segurança" e "não é para politiquices".

"O hospital está feito e agora vai começar a funcionar" logo "que as condições de segurança estejam completadas e o hospital possa abrir em plena segurança", disse Basílio Horta (PS), acrescentando que "há pequenas coisas que estão a ser resolvidas" e recusando a "pressão para abrir o hospital de qualquer maneira, porque politicamente é importante abrir".
"O hospital não é para politiquices", "é para servir as pessoas e, portanto, abre quando houver condições para abrir", salientou.
O autarca explicou que o município decidiu investir num novo hospital, não uma unidade central, porque "num raio de 15 quilómetros" existem dois hospitais centrais, mas uma unidade que alivie o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) da "enorme pressão" que tem, quando "foi construído para servir 200 mil pessoas" e "está com 500 mil" dos dois concelhos.

Para já, embora a previsão de abertura fosse em outubro, os trabalhos de conclusão da obra prosseguem.

O também presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa salientou ainda que, após uma recente reunião com a ministra da Saúde, ficou esclarecido que a nova unidade de Sintra será um "hospital público", mesmo que o Governo decida criar uma nova Unidade Local de Saúde (ULS) de Sintra-Cascais.

c/ Lusa
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