Mais de 500 assinaturas contra extinção do 3.º Ciclo no Agrupamento de Águeda
O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) entregou hoje na Câmara de Águeda (PS) um abaixo-assinado com centenas de assinaturas contra a intenção da autarquia de extinguir o 3.º Ciclo do Ensino Básico no Agrupamento de Escolas de Águeda.
Em declarações à Lusa, António Morais, da delegação de Aveiro do SPRC, disse que o documento foi subscrito por 559 cidadãos que residem ou trabalham no concelho de Águeda, tendo a recolha de assinaturas decorrido na última semana.
Os subscritores do documento defendem o abandono da intenção da autarquia de retirar o 3.º Ciclo do Ensino Básico da escola Fernando Caldeira, do Agrupamento de Escolas de Águeda, e pedem a intervenção do Ministério da Educação.
Segundo António Morais, a Câmara de Águeda pretende encerrar já no próximo ano letivo o 7.º ano de escolaridade na referida escola, o que obrigaria os alunos que vão ingressar no 3.º Ciclo a optar por outras escolas do concelho.
O dirigente sindical referiu que uma das razões invocadas pela autarquia para esta tomada de decisão tem a ver com o insucesso escolar na escola, um argumento que diz não ser válido.
"Neste momento o insucesso escolar desceu muito e situa-se nos 6%, o que é considerado normal em qualquer outra escola", adiantou.
Por outro lado, António Morais defende que esta escola "deve ser acarinhada", porque "tem dado uma resposta muito eficaz a alunos com multideficiência e ao nível da inclusão social, recebendo alunos de todas as etnias".
No passado mês de maio, o Bloco de Esquerda também questionou o Ministério da Educação sobre a proposta de extinção da oferta educativa do 3.º ciclo no Agrupamento de Escolas de Águeda.
Em comunicado, os bloquistas salientam que este edifício escolar foi construído recentemente, tendo em conta a existência do 3.º ciclo.
"Possui, por isso, boas instalações, nomeadamente salas de Educação Visual, laboratórios de Físico-Química e Ciências Naturais, os quais incluem equipamentos novos e adequados às práticas educativas destinadas ao referido ciclo", lê-se no comunicado.
O Bloco realça ainda a existência nesta escola de duas unidades especializadas de apoio à multideficiência e a alunos com perturbação do espetro do autismo, adiantando que o fim do 3.º ciclo "poderia pôr em causa o processo de inclusão desenvolvido com os alunos com necessidades educativas especiais, nomeadamente os que pertencem a estas unidades".