A maior feira de antiguidades e velharias do Alentejo é montada todos os sábados em Estremoz, num negócio que envolve peças raras e valiosas, mas que hoje em dia vive dias de crise, apesar de atrair muitos apreciadores.
Alguns comerciantes queixam-se de que o negócio atravessa dias de crise, com "pouca procura", enquanto outros lamentam que há muita gente a visitar a feira, mas a maioria apenas vê e não compra.
Mobiliário, arte sacra, cerâmica, faianças, porcelanas, cobres, livros, discos, moedas, postais, utensílios agrícolas antigos e uma vasta gama de velharias são alguns dos objectos exibidos nas diferentes bancas.
Montado nas manhãs de sábado, no centro da cidade de Estremoz, ao ar livre, o certame atrai habitualmente apreciadores e comerciantes portugueses e espanhóis.
A feira funciona numa das alamedas do Rossio Marquês de Pombal, a principal praça da cidade e uma das maiores do país, em simultâneo com o típico mercado semanal de sábado, que decorre também ao ar livre.
Além dos visitantes portugueses, sobretudo provenientes das vizinhas localidades alentejanas, observam-se com frequência espanhóis interessados nas antiguidades e velharias, assim como comerciantes oriundos da região da Extremadura espanhola.
Muitas pessoas, sobretudo residentes na Grande Lisboa, que têm montes alentejanos, recorrem a estes comerciantes para comprar os móveis e objectos que necessitam para decorar as casas, assim como para as unidades de turismo rural.
Os comerciantes, que reconhecem tratar-se da principal feira de antiguidades e velharias do Alentejo, exibem peças que retratam a vida de tempos passados, como utensílios caseiros e adornos, enquanto os visitantes dispõem na praça de um enorme espaço para estacionamento grátis.
António Oliveira, um comerciante de Évora, que faz habitualmente a feira de Estremoz, garantiu à Agência Lusa que "esta é a maior feira do Alentejo" nesta área, chegando a ter cerca de 70 vendedores, alguns deles espanhóis.
Outros comerciantes reconhecem que o local da feira é o melhor para este efeito, mas queixam-se da lama nos dias de chuva e da poeirada quando está vento.
Um outro comerciante, José Manuel Martinho, de Lisboa, preferiu queixar-se de que o "negócio está mau e que a procura é pouca".
Ana Pimenta, de Vila Franca de Xira, também considera que "vale a pena vir à feira de Estremoz", embora reconhecendo que "o negócio das antiguidades já esteve melhor".
"Ultimamente tem estado muito mau, pouco se vende, e mesmo assim a feira de Estremoz ainda é a melhor do Alentejo e vêm aqui muitos espanhóis", desabafou António Espada, de Évora.
"Este negócio tem fases", disse o comerciante.
No distrito de Évora, realizam-se também feiras de antiguidades e velharias em Évora, Redondo, Monsaraz, Alandroal, Terena (Alandroal) e Reguengos de Monsaraz.
Em Badajoz (Espanha) decorre um certame idêntico no primeiro sábado de cada mês, junto ao castelo da cidade.
A 12 quilómetros de Estremoz, na vila de Borba, há 14 estabelecimentos que se dedicam ao negócio das antiguidades, a maioria na Rua de S. Bartolomeu, à entrada da localidade, para quem se desloca de Lisboa.