Desde as fortes chuvadas de 2010 que a cada ano diminui a precipitação no arquipélago. Os responsáveis temem que as reservas da ilha, dificilmente mensuráveis, estejam no limite.
Em 2015 registou-se mesmo um dos valores mais baixos de sempre no Funchal, 300 ml ou metade do valor normal.
A pior situação vive-se no Areeiro, onde desde 2011 tem chovido menos 1000 ml do que o valor normal todos os anos.
Os técnicos admitem que as reservas de água no arquipélago podem estar em risco e que a seca prolongada ameace em breve as várias culturas agrícolas da Região Autónoma.
O cálculo da água existente na Madeira é, contudo, difícil de fazer devido às especificidades da ilha, refere Nuno Pereira, da empresa Águas e Resíduos da Madeira.
"O ano hidrológico não foi bom", refere o técnico, seguindo a tendência dos últimos anos de "decréscimo contínuo", talvez devido às "alterações climáticas".
As lagoas artificiais da ilha estão cheias, mas o problema pior é o impacto na bacia hidrográfica, cujas reservas são dificilmente mensuráveis, explica Nuno Pereira.
"A ilha em si é que constitui um reservatório", afirma.
Já em Porto Santo a situação é diferente, pois há muitos anos que recorre à dessalinização da água do mar e por isso não tem problemas.