Madeira. Eduardo Cabrita diz que "não houve a atenção adequada" ao incêndio e que pedido de ajuda foi demorado

por RTP

O antigo ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita relembrou, em entrevista à RTP, que em Portugal, a partir de 2017, foi reforçada uma cultura de cooperação e de Proteção Civil.

Lembrou ainda que, desde então, não houve mais nenhuma vítima mortal na sequência de incêndios no país.

"A prevenção é essencial", assim como "a cooperação entre os vários níveis de intervenção", nomeadamente a competência regional e a intervenção nacional, defendeu o ex-governante.

Eduardo Cabrita considerou ainda que as características próprias da Madeira exigem uma maior atenção e frisou que a ilha possui poucos bombeiros.

"O que é estranho é que, conhecendo-se as condições difíceis das zonas de que estamos a falar (%u2026), nós já vamos no décimo dia de incêndio", considerou.

Para o ex-ministro, "não houve a atenção adequada, primeiro, a uma cultura de prevenção" e, depois, demorou-se a pedir "o apoio de meios aéreos de âmbito nacional através da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil".

Cabrita disse ainda que, desde que se recorda, "houve muita resistência sempre da Madeira em ter a presença de elementos da Unidade de Emergência, Proteção e Socorro da Guarda Nacional Republicana".

Vincou também que o apoio europeu dos Canadairs foi em mobilizado em 24 horas, depois do pedido da Madeira, pelo que o processo poderia ter decorrido mais cedo.

Questionado sobre as críticas de que Miguel Albuquerque tem sido alvo por ter estado de férias enquanto lavrava o incêndio, Eduardo Cabrita não quis tecer comentários, mas acabou por afirmar que nunca teve um dia de férias em agosto nem no período mais quente e, portanto, suscetível a incêndios.
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