Madeira. Derrocada em levada provoca a morte de jovem espanhola

por Joana Raposo Santos - RTP
Foto: Rieger Bertrand - Hemis via AFP

Uma derrocada na Levada de Água de Alto, na freguesia do Faial, Madeira, provocou a morte a uma jovem espanhola e deixou com ferimentos outras duas pessoas. O presidente da Câmara de Santana confirmou à RTP que este acidente não está relacionado com o incêndio que há dez dias lavra na região.

Os Bombeiros Voluntários de Santana e os Bombeiros Municipais de Machico foram mobilizados para o local, onde verificaram um “desprendimento de pedras” numa zona da levada.
“Encontravam-se duas vítimas no patamar da levada, vítimas essas com escoriações ligeiras. Na parte inferior da levada – supõe-se que foi apanhada por alguma pedra – estava uma terceira vítima”, esta mortal.

As três pessoas são de nacionalidade espanhola, presumivelmente uma família. A vítima mortal será a filha, com idade entre 20 a 21 anos.

Em comunicado enviado às redações, o Serviço Regional de Proteção Civil adiantou que as outras duas pessoas socorridas estão a "receber acompanhamento psicológico" e afirmou que o caminho onde aconteceu a derrocada não é um trilho classificado pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza.

Segundo o presidente da Câmara Municipal de Santana, esta levada – trajeto que acompanha um estreito curso de água, geralmente em zonas de montanha – tem “algum interesse turístico”.

“Nós acreditamos que a probabilidade de [as vítimas] serem turistas é bastante grande, devido a ser uma levada que é muito percorrida por turistas", tinha já adiantado Dinarte Fernandes à RTP.

O autarca garantiu que o episódio não teve “nada a ver” com o incêndio. “É uma zona que não foi afetada de forma nenhuma pelo incêndio. Posso dizer que é uma zona que tem escarpas com uma grande altura e portanto são zonas que são propícias a esses acontecimentos”, explicou.

Já o presidente da Junta de Freguesia do Faial, onde está localizada a levada, indicou à RTP que o trilho onde ocorreu o incidente “é exclusivo para uso dos levadeiros” e não para turistas, mas que recentemente algumas pessoas têm divulgado fotografias do percurso no Instagram, originando mais visitas.

“Nós sabemos que tem havido, devido à beleza, estrangeiros a procurar o local. Nós sempre apelámos que aquilo era de uso exclusivo dos levadeiros. Ninguém estava à espera disto”, declarou.

Manuel Luís Andrade frisou que “estas situações podem acontecer até nos trilhos recomendados, muito mais em levadas que não são minimamente recomendadas nem estão preparadas para este tipo de evento”.

Um homem que se encontrava na altura na levada ligou de imediato aos bombeiros e descreveu à RTP os momentos após a queda de pedras, contando que ajudou a trazer de volta uma rapariga para a levada e que "os bombeiros disseram para não tocar na outra pessoa".

O incidente aconteceu numa altura em que a ilha da Madeira é fustigada por um incêndio que possui, neste momento, uma frente ativa. Os aviões Canadair de Espanha continuam a efetuar descargas no local, com as autoridades a descreverem um quadro mais favorável ao combate esta sexta-feira.
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