Luís Marques Mendes foi domingo eleito presidente do PSD no XXVII Congresso Nacional do partido com 497 votos, mais 116 que os obtidos por Luís Filipe Menezes (381), disse à Lusa fonte do partido.
Marques Mendes, que tinha Luís Filipe Menezes como único adversário, sucede a Pedro Santana Lopes no cargo de presidente do PSD.
Benfica é a outra paixão
Luís Marques Mendes, 47 anos, foi uma figura de destaque nos governos de Cavaco Silva e chegou a ser o rosto do partido no parlamento durante a liderança de Marcelo Rebelo de Sousa.
O gosto pela política começou cedo, filiou-se no PSD com 16 anos, em Junho de 1974, e já admitiu que esta é uma das coisas de que mais gosta na vida.
Para além disso, tem uma outra paixão que vem de infância: o Benfica, o seu clube de sempre.
Integrou o primeiro Governo de Cavaco Silva
Luís Manuel Gonçalves Marques Mendes nasceu em Guimarães a 5 de Setembro de 1957, viveu boa parte da sua vida em Fafe e licenciou- se em Direito pela Faculdade de Direito de Coimbra, com média de 13.
Em 1977, quando andava ainda em Direito, chegou a vice-presidente da Câmara Municipal de Fafe.
"Queria provar ao meu pai que conseguia fazer tudo, e bem feito, através da minha capacidade de auto-organização", afirmou, depois de criticado pelo pai, António Marques Mendes -advogado e uma das figuras históricas do PSD - por não se concentrar a tempo inteiro nos estudos.
Trabalhador-estudante, terminou o curso em cinco anos e aos 18(quando era Governador Civil de Braga) "já tinha o senso de 40", conta Fernando Alberto Ribeiro da Silva, ex-governador civil de Braga, com quem trabalhou.
Quando Cavaco Silva foi eleito primeiro-ministro em 1985, Marques Mendes foi convidado por Dias Loureiro para integrar o executivo, acabando por aceder a mudar-se para Lisboa.
Durante dois anos (1985-1987) foi secretário de Estado adjunto de Fernando Nogueira, então Ministro-Adjunto e para os Assuntos Parlamentares. Mendes ficou com a tutela da Comunicação Social.
A partir de 1987, no XI Governo Constitucional, o primeiro de maioria absoluta de Cavaco Silva ocupou a secretaria de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, passando a ser o porta-voz do Governo.
Saiu depois para ocupar o cargo de ministro-adjunto do primeiro-ministro, quando Fernando Nogueira passou para a pasta da Defesa.
Foi nessa altura que foi criada a RTP Internacional, tendo sido um dos mentores da privatização das televisões (SIC e TVI).
Em 1995 assumiu a vice-presidência da Comissão Política do partido e quando Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito líder, Marques Mendes chegou a líder parlamentar, tornando-se na prática o número dois do PSD, então na oposição, com Marcelo fora da Assembleia da República.
Quando Durão Barroso ascendeu ao poder, em 2002, Marques Mendes foi convidado para exercer o cargo de ministro dos Assuntos Parlamentares, que acabou por abandonar quando Santana Lopes sucedeu a Barroso na liderança do partido e no Governo, em Julho passado.
À segunda foi de vez
Esta foi a segunda vez que Marques Mendes disputou a liderança do PSD. Em 2000 esteve também na corrida contra Santana Lopes e Durão Barroso, no congresso de Viseu, mas saiu derrotado.
É um fã de sueca e gosta de fazer bodyboard mas, nos últimos tempos, o seu principal passatempo ao fim-de-semana tem sido conquistar as bases do PSD percorrendo as "capelinhas" do partido.
Marques Mendes aponta o sentido de humor como uma das suas virtudes e admite que um dos principais defeitos é chegar sempre atrasado.