Luís Marques Mendes é o novo líder do PSD

por Agência Lusa
Andre Kosters/LUSA

Luís Marques Mendes foi domingo eleito presidente do PSD no XXVII Congresso Nacional do partido com 497 votos, mais 116 que os obtidos por Luís Filipe Menezes (381), disse à Lusa fonte do partido.

Estes números traduzem-se numa vitória de Marques Mendes com 56,6 por cento dos votos, contra 44,4 por cento dos votos conquistados por Luís Filipe Menezes.

Marques Mendes, que tinha Luís Filipe Menezes como único adversário, sucede a Pedro Santana Lopes no cargo de presidente do PSD.

Benfica é a outra paixão

Luís Marques Mendes, 47 anos, foi uma figura de destaque nos governos de Cavaco Silva e chegou a ser o rosto do partido no parlamento durante a liderança de Marcelo Rebelo de Sousa.

O gosto pela política começou cedo, filiou-se no PSD com 16 anos, em Junho de 1974, e já admitiu que esta é uma das coisas de que mais gosta na vida.

Para além disso, tem uma outra paixão que vem de infância: o Benfica, o seu clube de sempre.

Integrou o primeiro Governo de Cavaco Silva

Luís Manuel Gonçalves Marques Mendes nasceu em Guimarães a 5 de Setembro de 1957, viveu boa parte da sua vida em Fafe e licenciou- se em Direito pela Faculdade de Direito de Coimbra, com média de 13.

Em 1977, quando andava ainda em Direito, chegou a vice-presidente da Câmara Municipal de Fafe.

"Queria provar ao meu pai que conseguia fazer tudo, e bem feito, através da minha capacidade de auto-organização", afirmou, depois de criticado pelo pai, António Marques Mendes -advogado e uma das figuras históricas do PSD - por não se concentrar a tempo inteiro nos estudos.

Trabalhador-estudante, terminou o curso em cinco anos e aos 18(quando era Governador Civil de Braga) "já tinha o senso de 40", conta Fernando Alberto Ribeiro da Silva, ex-governador civil de Braga, com quem trabalhou.

Quando Cavaco Silva foi eleito primeiro-ministro em 1985, Marques Mendes foi convidado por Dias Loureiro para integrar o executivo, acabando por aceder a mudar-se para Lisboa.

Durante dois anos (1985-1987) foi secretário de Estado adjunto de Fernando Nogueira, então Ministro-Adjunto e para os Assuntos Parlamentares. Mendes ficou com a tutela da Comunicação Social.

A partir de 1987, no XI Governo Constitucional, o primeiro de maioria absoluta de Cavaco Silva ocupou a secretaria de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, passando a ser o porta-voz do Governo.

Saiu depois para ocupar o cargo de ministro-adjunto do primeiro-ministro, quando Fernando Nogueira passou para a pasta da Defesa.

Foi nessa altura que foi criada a RTP Internacional, tendo sido um dos mentores da privatização das televisões (SIC e TVI).

Em 1995 assumiu a vice-presidência da Comissão Política do partido e quando Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito líder, Marques Mendes chegou a líder parlamentar, tornando-se na prática o número dois do PSD, então na oposição, com Marcelo fora da Assembleia da República.

Quando Durão Barroso ascendeu ao poder, em 2002, Marques Mendes foi convidado para exercer o cargo de ministro dos Assuntos Parlamentares, que acabou por abandonar quando Santana Lopes sucedeu a Barroso na liderança do partido e no Governo, em Julho passado.

À segunda foi de vez

Esta foi a segunda vez que Marques Mendes disputou a liderança do PSD. Em 2000 esteve também na corrida contra Santana Lopes e Durão Barroso, no congresso de Viseu, mas saiu derrotado.

É um fã de sueca e gosta de fazer bodyboard mas, nos últimos tempos, o seu principal passatempo ao fim-de-semana tem sido conquistar as bases do PSD percorrendo as "capelinhas" do partido.

Marques Mendes aponta o sentido de humor como uma das suas virtudes e admite que um dos principais defeitos é chegar sempre atrasado.
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