Foto: Pedro A. Pina - RTP
A Procuradora Geral da República afirma que foi em nome da transparência que divulgou a existência de um inquérito a envolver António Costa, e descarta qualquer responsabilidade na demissão do antigo primeiro-ministro.
Nem mesmo depois da recente entrevista da ministra da Justiça, na qual a governante apontou para uma crise de confiança no Ministério Público e afirmou a necessidade de pôr ordem na casa.
Ontem à noite, na RTP 3, sem apresentar provas, nem citar nomes, a Procuradora Geral da República defendeu a tese de que existe uma campanha orquestrada contra o Ministério Público.
Lucília Gago também garantiu que não vai pedir desculpa ao antigo primeiro-ministro, mesmo que o inquérito em curso venha a ser arquivado.
Nesta entrevista, Lucília Gago também considerou justificadas as escutas telefónicas ao antigo ministro João Galamba, que se prolongaram durante 4 anos.
E confrontada com as duras críticas do juiz de instrução e do juiz do Tribunal da Relação, que não encontraram qualquer indício de crime, na Operação Influencer, a Procuradora Geral da República limitou-se a dizer que a investigação prossegue.
Tal como o inquérito que envolve o antigo primeiro-ministro, António Costa.
Sobre a realização de buscas na última semana da campanha eleitoral para as europeias, ou a divulgação de escutas no dia em que o nome de António Costa seria avaliado em Bruxelas, Lucília Gago afirma que é simples coincidência de datas, e rejeita qualquer possibilidade de haver uma perseguição política por parte do Ministério Público.
A procuradora Geral da República também se manifestou desagradada e perplexa, com as afirmações de Marcelo Rebelo de Sousa, que considerou "maquiavélico" que o inquérito instaurado ao caso das gémeas luso-brasileiras e as buscas que tornaram pública a 'Operação Infuencer' tenham acontecido precisamente no mesmo dia: 7 de novembro do ano passado.