Louçã acusa Paulo Portas de xenofobia por declarações sobre resgatados na costa algarvia

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Bragança, 18 Dez (Lusa) - O dirigente do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, classificou hoje de "desumanas e xenófobas" as declarações do presidente do CDS-PP, Paulo Portas, sobre os imigrantes resgatados na costa algarvia.

"O que mais me surpreendeu foi isto ter suscitado algumas declarações tão desumanas e xenófobas como as que Paulo Portas fez ontem", disse Francisco Louça.

O dirigente do Bloco de Esquerda foi interpelado por um estudante do politécnico de Bragança, numa sessão sobre ensino superior, sobre o caso dos 23 imigrantes de origem subsariana detectados pelas autoridades portuguesas no mar, na zona de Olhão.

O presidente do CDS-PP disse, segunda-feira, que espera tratar-se de "um facto episódico" e que "a União Europeia e os Estados membros devem ter, em matéria de imigração, políticas rigorosas" e que não devem "alimentar a ilusão de que pode entrar toda a gente".

"A política de imigração tem de ser uma política de humanidade e não de brutalidade e de perseguição", defendeu o dirigente do Bloco de Esquerda, rejeitando que a solução seja "pôr polícia à porta".

Louçã recordou que Paulo Portas "esteve há um mês na convenção de um partido ditador da Tunísia" e considerou "uma coisa espantosa que possa conviver com uma ditadura".

"Quando se está sentado na varanda de um palácio da Tunísia é tudo muito bonito e não se tem a noção das condições de pobreza em que vivem esta gente", declarou.

Francisco Louçã lembrou ainda que "a procura de melhor vida" é o impulsiona estes imigrantes tal como aconteceu há algumas décadas com os emigrantes portugueses e volta a repetir-se agora devido ao desemprego.

HFI.


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