Lítio: parque automóvel em Portugal pode mais do que triplicar

por Antena 1

O setor automóvel poderá mais do que triplicar em Portugal, resultado da exploração de lítio em Boticas. Os dados são divulgados pelo Diretor Executivo (CEO) da Savannah Resources, empresa britânica de exploração mineira que está a desenvolver o projeto do lítio do Barroso, Boticas, que pode trazer para Portugal uma refinaria e fábricas de baterias de lítio e automóveis elétricos, visto que, acrescenta Emanuel Proença, o novo Governo já anunciou que mantém o compromisso com a concessão a esta empresa.

Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Emanuel Proença prevê que, a partir da segunda metade de 2026, o projeto consiga aumentar de três a cinco vezes em Portugal o número de viaturas movidas a baterias de lítio.

Até ao fim do ano ou início do próximo, a empresa Savannah Resources garante que entrega a documentação que falta para arrancar com a exploração do lítio do Barroso, em Boticas.

Nesta entrevista o CEO da Savannah Resources anuncia que pretende concluir e entregar este ano o relatório de conformidade ambiental do projeto de execução e o estudo de engenharia de detalhe, documentos que, de acordo com Emanuel Proença, levaram a uma duplicação do investimento, o qual atingirá os 350 milhões de euros de investimento direto até à entrada em funcionamento, em 2026.

Neste momento, mais de 7,5% do projeto está já na mão de acionistas portugueses. E a empresa continua a receber manifestações de interesse de investidores nacionais e internacionais, que pretendem entrar com capital. Por agora, a Savannah Resources está em conversações com uma centena de empresas, das quais, no curto prazo, escolherá um parceiro que será anunciado em breve.

Emanuel Proença assume que mantém contactos com o novo Governo, nomeadamente ao nível da Secretaria de Estado do Ambiente. O Diretor Executivo da Savannah Resources, assegura que os contratos assinados com o anterior Governo são para manter e cumprir e que a concessão não vai ser revertida.

A estratégia europeia para o lítio prevê a construção de muitas refinarias e de muitas fábricas de baterias e de veículos elétricos e por isso, adianta Emanuel Proença, a Europa vai precisar do lítio português. O Diretor Executivo da Savannah Resources também já recebeu por parte do Governo o desejo de que seja instalada em Portugal uma refinaria de tratamento do lítio, mas caso não fique, ficará, de certeza, instalada na Europa.

O CEO da Savannah Resources lamenta que casos judiciais que envolvem outras empresas mineiras de lítio tenham manchado a indústria e admite que a sua empresa tem tido atenção à reputação dos parceiros que escolhe. E por isso, diz, prefere afastar-se da Luso Recursos.

No âmbito da Operação Influencer, a empresa pediu uma auditoria interna que concluiu não existirem questões ilícitas. E assume que sim, que existe a necessidade de construir uma estrada, que ligue a autoestrada ao centro de Boticas e à restante região, mas garante que não foi isso que determinou a aprovação por parte da autarquia.

O impacto previsto no setor automóvel traduz-se na criação de mais fábricas, semelhantes à AutoEuropa, e na criação de centenas a milhares de empregos em diversos setores. Só este projeto poderá vir a criar mil a 2 mil postos de trabalho indireto.

O projeto do lítio do Barroso, em Boticas, necessita de 600 hectares. Atualmente a empresa já adquiriu 115 terrenos e vai continuar a adquirir e sem, garante Emanuel Proença, usurpação de terrenos.

Uma entrevista ao programa Conversa Capital que pode acompanhar em podcast aqui.
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