"Ligue Antes, Salve Vidas". Referenciação de urgências abrange Santa Maria, São José e São Francisco Xavier
A referenciação nos serviços de urgência passa a ser obrigatória, a partir desta quinta-feira, nas unidades locais de Saúde de Santa Maria, São José e Lisboa-Ocidental. Ao abrigo do projeto “Ligue Antes, Salve Vidas”, o atendimento é condicionado a indicação por parte da linha SNS24, dos centros de Saúde ou do Instituto Nacional de Emergência Médica.
O projeto “Ligue Antes, Salve Vidas” tem por objetivo aliviar as urgências dos hospitais. Funcionava já em 22 unidades locais de Saúde (ULS).O projeto “Ligue antes, Salve Vidas” deverá ser implementado, até fevereiro de 2025, em outras oito ULS. Ficam assim abrangidas 85 por cento das unidades do país.
Em ano e meio, este mecanismo permitiu retirar das urgências hospitalares cerca de 350 mil doentes. Ente maio de 2023 e a passada segunda-feira, dos cerca de 670 mil doentes que ligaram para o serviço SNS24, mais de 280 mil foram encaminhados para centros de Saúde.
Dados da Direção Executiva do SNS indicam ainda que cerca de 70 mil utentes ficaram em “autocuidados”. Ouvido já na manhã desta quinta-feira pela equipa de reportagem da RTP no local, João Gamelas, diretor clínico para os cuidados de saúde hospitalares da Unidade Local de Saúde de Lisboa-Ocidental, que abarca Hospital de São Francisco Xavier, defendeu que a aplicação do projeto "Ligue Antes, Salve Vidas" implica que os hospitais "articulem melhor com os cuidados de saúde primários, assim eles tenham capacidade".
Por sua vez, o diretor da urgência central do Hospital de Santa Maria manifestou a expectativa de que os utentes adiram à referenciação.
Época “particularmente difícil”
No contacto para a linha SNS24 (808242424), os utentes são orientados para os locais tidos como adequados à observação clínica, tendo em conta a sintomatologia ou comorbilidade, explicou na quarta-feira o diretor executivo do SNS no decurso de uma audição em sede de Comissão Parlamentar de Saúde.
João Gouveia acredita que este sistema é "uma grande vantagem", porque a "urgência fica mais liberta para tratar doentes mais graves" e, nas demais situações, os utentes não têm de permanecer horas à espera. "Ganham os utentes das urgências" e os que precisam de consultas, apontou o responsável. Época “particularmente difícil”
No contacto para a linha SNS24 (808242424), os utentes são orientados para os locais tidos como adequados à observação clínica, tendo em conta a sintomatologia ou comorbilidade, explicou na quarta-feira o diretor executivo do SNS no decurso de uma audição em sede de Comissão Parlamentar de Saúde.
Ainda segundo António Gandra d’Almeida, as ULS têm em marcha planos de contingência para esta época do ano, que, reconheceu o responsável, é “particularmente difícil para a população em situação de vulnerabilidade”.Entre as medidas adotadas pelos hospitais, foi reforçado o número de camas. Por outro lado, procura-se garantir que as escalas dos serviços de urgência permaneçam completas.
Gandra d’Almeida assinalou ainda, no Parlamento, que os centros de Atendimento Clínico no Porto e em Lisboa estão a receber, em média, 116 utentes por dia. Desde o verão, quando abriram portas, acolheram 13.500.
Espera prolongada
Os tempos médios de espera permaneciam, ao início da manhã desta quinta-feira, elevados nas urgências gerais.
No Hospital de Amadora-Sintra, os doentes urgentes esperavam mais de seis horas pelo atendimento - o tempo recomendado para pulseiras amarelas é de uma hora. No Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, o quadro era semelhante, assim como em Santa Maria.
A ministra da Saúde já veio advertir para a possibilidade de constrangimentos no Natal e no ano novo. Ana Paula Martins acenou com a agilização da contratação de mais médicos para este período. Foto: António Pedro Santos - Lusa
"O que a Direção Executiva tem estado a fazer é a autorizar da contratação de médicos que serão pagos para estar nestas urgências com valor muito acima do que são os valores que nós hoje pagamos", sublinhou a governante.
A linha SNS24 dispõe, por outro lado, de mais um serviço disponível - a teleconsulta. A ministra da tutela explicou os objetivos desta valência. Foto: António Cotrim - Lusa
"Por um lado, estar mais perto do cidadão naquilo que são as situações menos graves, mas agudas, e por outro lado garantir que aumentamos, desta forma, em determinadas situações, nem todas têm indicação para teleconsulta, a capacidade de resposta médica aos cidadãos, sobretudo àqueles que não têm médico de família e têm muito menos possibilidades de conseguir aceder a este serviço", enumerou.
c/ Lusa
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