Libertado português acusado de homicídio no Reino Unido

por RTP
Condenado a prisão perpétua em 2007, com 14 anos de prisão efectiva, o português esteve preso durante dois ano e meio RTP

O Tribunal da Coroa de Luton, em Inglaterra, declarou o português Amilton Nicolas Bento inocente do homicídio da namorada. A Procuradoria da Coroa britânica confirmou não ter intenção de continuar com o segundo julgamento por falta de provas conclusivas. Nicolas Bento quer agora pedir uma indemnização e voltar a Portugal.

A decisão das autoridades britânicas foi comunicada na semana passada a Peter Hughman, advogado de Nicolas Bento. O português de 30 anos foi condenado a prisão perpétua, com 14 anos de prisão efectiva, em Julho de 2007. O júri britânico considerou então que o português era culpado da morta da namorada, apesar da reclamação de inocência.

Na origem da decisão estava a mala de mão de Kamila Garsztka, que a acusação alegou estar visível nas imagens de videovigilância e encontrada na posse de Bento. Uma reconstituição da cena, feita em Dezembro, mostrou não ser conclusivo que Kamila levasse consigo a mala na noite anterior à morte.

Perante as incertezas, o Supremo Tribunal de Justiça deu provimento a um recurso e invalidou a sentença. A Procuradoria britânica prescindiu agora do segundo julgamento, que iria começar na próxima segunda-feira (20 de Julho).

Em liberdade condicional desde Março, o português está "revoltado", mas "contente por ter acabado" este processo. Regressar a Portugal e apresentar o pedido de indemnização pelos dois anos e meio de prisão são os movimentos seguintes, indicou o português, citado pela Lusa. "Roubaram-me a vida (...) Quero ir para casa, para estar com todos os que me ajudaram", desabafou Nicolas Bento.

O advogado apontou que a Procuradoria construiu o caso com provas "muito frágeis" e que agora vai tentar que o seu cliente seja compensado. "Há várias formas legais que posso seguir, mas vou fazer o possível para que o Nico seja indemnizado", disse Peter Hughman.

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