Legislativas2022. Élvio Sousa do JPP quer ser o "guardião" dos interesses da Madeira
O líder e cabeça de lista do Juntos Pelo Povo (JPP) às eleições legislativas, Élvio Sousa, quer ser o "guardião" dos interesses da Madeira na Assembleia da República e considera que o partido tem "possibilidades acrescidas" de eleger deputados.
Élvio Sousa reconhece que o JPP, partido constituído em 2015 e sedeado na Região Autónoma Madeira, está "limitado no seu conhecimento nacional por esse facto", mas considera que surge bem colocado no círculo regional, que elege seis deputados.
"Dentro desses seis lugares, considero que o JPP tem possibilidades acrescidas de eleger pela primeira vez para a Assembleia da República", declarou, vincando que o seu projeto é "muito simples" e "ligado às necessidades básicas dos cidadãos".
O JPP surgiu como movimento de cidadãos na freguesia de Gaula, no concelho de Santa Cruz, zona leste da Madeira, ganhando depois maior expressão regional ao vencer três vezes consecutivas a câmara municipal com maioria absoluta, a última das quais em 26 de setembro de 2021.
Em 2015 passou a partido e elegeu cinco deputados à Assembleia Legislativa da Madeira, onde atualmente conta com três representantes, do total de 47 que compõem o parlamento madeirense.
Entre as propostas do JPP, o cabeça de lista destaca a exclusividade da função parlamentar e a revisão da imunidade parlamentar, alertando para o facto de haver casos de candidatos que são arguidos e integram listas à Assembleia da República.
"Acumular a função parlamentar de deputado com o setor privado cria promiscuidade", disse, reforçando: "Nós temos de valorizar a exclusividade da função parlamentar, que é um agente de legislação e de fiscalização".
Élvio Sousa, que é também líder do grupo parlamentar do JPP na Assembleia Legislativa da Madeira, destaca, por outro lado, duas propostas da sua candidatura para "alívio do custo de vida dos portugueses", que já foram remetidas pelo partido à Assembleia da República, mas rejeitadas pelo PS e pelo PSD: a redução do IVA da eletricidade e o pagamento do IMI em cinco prestações.
O candidato do JPP pretende que o IVA da eletricidade seja reposto nos valores pré- 'troika', nomeadamente 6% no continente, 5% na Madeira e 4% nos Açores, ao passo que o pagamento do IMI em cinco prestação não terá encargos para o Estado e permitirá que as autarquias recebam o valor na totalidade.
O cabeça de lista do JPP considera, no geral, positiva a gestão da pandemia de covid-19 ao nível do país, sublinhando o plano de vacinação como uma das "medidas mais eficazes", mas também os planos de retoma económica e de apoios estatais, apesar de Portugal ser um dos países que "menos ajudou a economia particular a suportar as despesas".
A gestão da pandemia na Região Autónoma da Madeira também merece nota positiva.
Em relação à crise política que motivou a marcação de eleições antecipadas, Élvio Sousa reparte a responsabilidade em "partes iguais" pelos três partidos da chamada "Geringonça": PS, PCP e BE.
"Os portugueses não queriam esta crise política", afirmou, adiantando que os partidos "estão mais preocupados com a sua vida do que propriamente preocupados com a vida da população e dos cidadãos em geral".