Judiciária impede atentado dirigido a estudantes da Universidade de Lisboa

por RTP
Rui Cardoso - RTP

A Polícia Judiciária (PJ) deteve esta quinta-feira um jovem de 18 anos, em Lisboa, suspeito de estar a preparar um atentado contra uma universidade da cidade. O suspeito estaria a planear avançar com o atentado esta sexta-feira e o alvo seriam os estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

O alerta foi dado pelo FBI há cinco dias, depois de detetar um IP em Portugal com grande consumo de vídeos violentos, particularmente vídeos de ataques a escolas nos EUA. O FBI alertou a Polícia Judiciária que, por sua vez, através do IP, conseguiu chegar ao nome e morada do jovem. O suspeito residiu até à ida para a faculdade no concelho da Batalha e foi detido em Lisboa.

O jovem detido é aluno do curso de Engenharia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e era lá que planeava executar o atentado. O ataque estaria a ser preparado há vários meses e tinha data marcada para esta sexta-feira. O suspeito pretendia imitar os massacres nos Estados Unidos e atacar o maior número de pessoas.

“Face à gravidade das suspeitas, foi atribuída a máxima prioridade à investigação, a qual permitiria, no dia hoje, às primeiras horas do dia, interromper a atividade criminosa em curso”, informa a PJ e a Procuradoria-Geral da República em comunicado conjunto enviado às redações.
“Na sequência das buscas realizadas, seriam apreendidos vastos elementos de prova, que confirmariam as suspeitas iniciais”, lê-se no documento. A PJ apreendeu armas que o suspeito, de nacionalidade portuguesa, tinha na sua posse e pretendia utilizar no atentado, para além de vasta documentação, assim como um “plano escrito com os detalhes da ação criminal a desencadear”. O suspeito não tinha armas de fogo na sua posse, tendo sindo apreendida uma vasta quantidade de armas brancas, como catanas, bestas, facas e um arco e flechas.

A PJ também apreendeu botijas de gás e bidões de gasolina que os investigadores acreditam que seriam usados para provocar explosões.

O arguido foi detido esta quinta-feira em flagrante delito pela posse das referidas armas e encontra-se igualmente indiciado pela prática do crime de terrorismo.

O jovem de 18 anos será presente na manhã de sexta-feira ao primeiro interrogatório judicial para sujeição à medida de coação tida por adequada.

Em comunicado, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa garante ter colaborado “estreitamente no contexto da investigação em curso que levou ao desenlace hoje conhecido”. A FCUL afirma que “o trabalho desenvolvido pelas autoridades permitiu sempre que a segurança da comunidade de Ciências estivesse salvaguardada” e acrescenta que não existem “indícios que aconselhem a alterar o normal funcionamento da escola”.

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