Em direto
Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Jorge Rebelo de Almeida. “O ‘lay-off’ devia continuar após 1 junho

por Mário Aleixo - RTP
Jorge Rebelo de Almeida não perde a esperança mas reconhece que os tempos são deveras difíceis Antena 1

O presidente do Grupo Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, defende a continuidade do 'lay-off' simplificado mas para quem começar a trabalhar. Uma ideia expressa no programa Conversa Capital da Antena 1 e Jornal de Negócios.

Jorge Rebelo de Almeida considera que "a partir de 1 de junho não se devia estar a pagar para as pessoas ficarem em casa confinadas" porque a única forma de reativar a economia é voltar a trabalhar, é as empresas voltarem a abrir. No entanto, como há empresas que preferem ficar fechadas, porque se abrirem vão perder dinheiro, o empresário defende que a forma de compensar seria prolongar o ‘lay-off’ para quem regressar ao trabalho, pagando o Estado 50 por cento do salário e o empregador os outros 50 por cento.



Abertura dá confiança


Jorge Rebelo de Almeida, que tem no grupo 85 por cento dos trabalhadores em lay-off, diz que é preciso passar uma imagem de confiança e isso só se consegue dando início à atividade, mesmo que signifique em junho perder mais do que em maio, como referiu na entrevista às jornalistas Rosário Lira (Antena 1) e Alexandra Machado (Jornal de Negócios).
O presidente do Grupo Vila Galé acredita que se for possível transmitir essa mensagem de confiança e criar um clima de atratividade, estão a ser criadas condições para que o mês de julho e os seguintes sejam melhores.

Adiar o Pagamento Especial por Conta

Jorge Rebelo de Almeida pede ao governo para adiar novamente o Pagamento Especial por Conta, cuja primeira prestação está prevista para 30 de junho. Isto porque a base de cálculo tem em conta os resultados do ano anterior e "não vamos dar lucro que justifique esse pagamento".

Prejuízos podem ser incalculáveis

O presidente do Grupo Vila Galé mostra-se confiante na retoma, apostando sobretudo no turismo português, mas também revela que se a crise se prolongar para além deste ano, "não fica pedra sobre pedra. Não sobra ninguém. Nem as boas empresas". No caso do Vila Galé, que o ano passado faturou quase 200 milhões de euros, o presidente admite desde já que este ano vai acabar com prejuízos.

Otimismo moderado


O presidente do Grupo Vila Galé, que tem 27 hotéis em Portugal e 9 no Brasil, não se compromete com cenários para a época balnear: "Isto muda todos os dias..." refere, acrescentando que já era muito positivo se "a nossa hotelaria em julho estivesse a trabalhar a meio gás".

Clima de paz nas praias



Sobre a frequência das praias, fundamental para o funcionamento de muitos hotéis, Jorge Rebelo de Almeida rejeita a existência de um controlo militar ou policial que crie um clima de tensão que afasta as pessoas. Em vez disso, considera que é preciso criar condições para que se possa ir à praia. E, nesse sentido, defende que têm de ser os concessionários das praias a responsabilizar-se pelo controlo nas entradas e pelo afastamento necessário no areal. Adianta que em cada praia devem ser afixadas normas de acesso mas ainda assim, considera que o fundamental é que haja civismo e bom senso, como aliás os portugueses têm demonstrado até agora.

Repensar o novo aeroporto


Nesta entrevista o presidente do Grupo Vila Galé revela ainda que, considerando que a retoma vai demorar o seu tempo, esta era a altura "ideal para repensar" a construção do novo aeroporto. Jorge Rebelo de Almeida defende que Alcochete era a melhor opção porque tem menos problemas ambientais e margem para crescer.

Uma entrevista para ouvir na íntegra este domingo depois do noticiário das 12h00 na Antena 1.
PUB