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Investigação de incêndios. Equipa anunciada pelo Governo tem primeira reunião

por RTP
A equipa especializada foi anunciada na passada terça-feira por Luís Montenegro, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros Pedro André Esteves - RTP

Primeiro-ministro, ministra da Administração Interna, ministra da Justiça e procuradora-geral da República sentam-se esta segunda-feira à mesa da primeira reunião da equipa anunciada pelo Governo para investigar a eventual origem criminosa dos incêndios. Nos últimos dias, 2024 tornou-se o terceiro pior ano da década em área ardida.

A reunião está agendada para as 15h30 em Lisboa - Luís Montenegro, Margarida Blasco, Rita Júdice e Lucília Gago formalizam o início do trabalho da equipa especializada anunciada na passada terça-feira, que deverá incluir elementos do Ministério Público, da Polícia Judiciária e das forças de segurança.

No encontro desta segunda-feira estarão também o diretor nacional da Polícia Judiciária, o comandante-geral da GNR e o diretor nacional da PSP.
O anúncio da reunião partiu da ministra da Administração Interna na quinta-feira, dia em que Margarida Blasco quis justificar o silêncio que guardou nas piores horas da vaga de incêndios com o que disse ser o conselho das autoridades para que não houvesse “intervenções desadequadas e desnecessárias no teatro de operações”.

O objetivo a confiar a esta equipa surge enunciado na resolução da reunião extraordinária do Conselho de Ministros realizada na terça-feira, em que esteve presente o presidente da República: “Determinar o reforço dos meios e da atividade de investigação criminal e ação penal em matéria de crimes relativos a incêndios, incluindo ao nível da cooperação, e eventual criação de equipa especial de investigação, envolvendo as autoridades na matéria, designadamente o Ministério Público, Polícia Judiciária e forças de segurança”.

O primeiro-ministro referia, então, “coincidências a mais” e “interesses particulares” na vaga de incêndios.

“Nós não vamos largar estes criminosos, nós não vamos largar este combate a quem coloca todo um país em causa”, frisou Luís Montenegro, colocando ainda a tónica na necessidade de os portugueses “saberem que o Estado, em seu nome, vai atrás dos responsáveis por estas atrocidades”.
Telejornal | 22 de setembro de 2024

“Nós não podemos perdoar a quem não tem perdão. Nós não podemos perdoar atitudes criminosas que estão na base de muitas das ignições que ocorreram nos últimos dias. Sabemos que há fenómenos naturais e sabemos que há circunstâncias de negligência que convergem para que possam eclodir incêndios florestais. Mas há coincidências a mais”, insistiria o chefe do Executivo.Montenegro garantiu que o Governo não vai “regatear nenhum esforço na ação repressiva”.

Os incêndios que na semana passada lavraram em Portugal continental, sobretudo nas regiões norte e centro, queimaram pelo menos 120 mil hectares. As chamas destruíram perto de 60 casas.

Morreram sete pessoas e outras 177 ficaram feridas na última semana. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil regista cinco mortos, excluindo do balanço de vítimas dois civis que morreram de doença súbita.

A Polícia Judiciária deteve sete pessoas por suspeitas de fogo posto.

c/ Lusa
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