INEM passa a contar com reforço de 91 ambulâncias dos bombeiros

por Carlos Santos Neves - RTP
A Liga dos Bombeiros defende que o valor a pagar deve ter como referência o que é aplicado ao dispositivo dos incêndios António Antunes - RTP

O Dispositivo Especial de Emergência Pré-Hospitalar conta, a partir desta segunda-feira, com 91 ambulâncias dos bombeiros. Este mecanismo, criado face à expectativa de uma subida da afluência às urgências nos meses de inverno, havia já sido reforçado, na véspera com 75 veículos. A Liga avisa, todavia, para a necessidade de acautelar que a triagem e "os tempos de intervenção nos hospitais" sejam "adequados".

As 91 ambulâncias estão distribuídas “por todo o país”, indicou a Liga dos Bombeiros Portugueses, em comunicado divulgado no domingo. Outras nove equipas ainda por formar vão operar em “localidades mais problemáticas”.

O Dispositivo Especial de Emergência Pré-Hospitalar foi criado por despacho da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, publicado em 19 de novembro.O despacho da tutela estabelece que, até 28 de fevereiro do próximo ano, podem ser formadas até 100 equipas de corpos de bombeiros para esta finalidade.


O Instituto Nacional de Emergência Médica transfere para as associações de bombeiros integradas no dispositivo uma verba diária de 247,04 euros por equipa, tendo em vista a comparticipação dos encargos com a constituição e o funcionamento de 24 horas por dia.

“Neste preciso momento, o país depara-se com o início do pico da época gripal, sendo fundamental garantir a capacidade de resposta dos meios de socorro na emergência pré-hospitalar de forma a responder ao previsível acréscimo de emergências relacionadas com a gripe e outros vírus respiratórios”, lê-se no despacho do Ministério da Saúde, que surgiu após vários casos de atraso no atendimento de chamadas para o INEM e as morte de 11 pessoas alegadamente associadas a estas situações.

O presidente da Liga dos Bombeiros considera que "os meios são suficientes se a triagem for adequada e se os tempos de intervenção nos hospitais também forem adequados".
"Os bombeiros têm vindo a defender que a emergência pré-hospitalar de rua seja feita essencialmente pelos bombeiros. Aliás, em 2023 nós transportámos 1,2 milhões de utentes nas nossas ambulâncias", fez notar António Nunes, ouvido no fim de semana pela RTP.

O responsável adiantou ainda que as estruturas estão a procurar perceber quais são as aéreas mais problemáticas para alocar outras nove ambulâncias.
A Liga dos Bombeiros defende que o valor a pagar no quadro do Dispositivo Especial de Emergência Pré-Hospitalar passe a ser uma referência para o que é aplicado ao Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios.

"Bombeiros que se disponibilizam nas suas folgas, nos seus tempos de lazer, a integrar um determinado dispositivo. O valor que ali está é o valor-hora do ordenado mínimo nacional, que é, digamos, uma remuneração que é um ressarcimento pelos incómodos que estamos a causar a alguém que dedica uma parte da sua vida ao socorro das populações", apontou António Nunes, à margem das comemorações dos 98 anos dos Bombeiros Voluntários da Parede.

c/ Lusa
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