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INEM emite declaração comprometedora para agentes da PSP

por RTP

O INEM desmente que tenha registado queda acidental como causa das lesões dos jovens detidos pela PSP de Alfragide em Fevereiro de 2015. Apenas a ficha dos bombeiros da Amadora refere queda como motivo da chamada. Acusados de tortura e racismo, estão neste momento 18 polícias.

A RTP teve acesso em exclusivo às fichas de assistência médica a cinco dos jovens na tarde de 5 de Fevereiro de 2015. É o relatório de assistência médica a cinco jovens na tarde de 5 de fevereiro de 2015 - documentos que a RTP mostra em exclusivo.

O INEM foi chamado à esquadra da PSP de Alfragide. E movimentou para lá quatro meios de emergência médica: três ambulâncias do próprio serviço e uma dos bombeiros da Amadora.

O Instituto Nacional de Emergência Médica desmente a manchete deste domingo do Diário de Notícias, segundo a qual teria registado as alegadas agressões da PSP a jovens como quedas acidentais: "Este Instituto não pode deixar de contribuir para esclarecer o equívoco na notícia divulgada, repondo a verdade".

A Referência a queda apenas consta nas duas fichas de assistência da corporação de bombeiros. Os dois socorristas da Amadora apontaram isso. E um deles acrescentou que "queda acidental" lhe tinha sido referida pelo próprio jovem, um rapaz de 23 anos que recusava ser avaliado e que foi acompanhado, tal como os outros, por escolta policial.

De resto, as três fichas do INEM referem todas elas que o tipo de ocorrência foi agressão. E nas circunstâncias do verbete de assistência concretizam: vítima de agressão.

Em relação a um jovem de 19 anos e a um homem de 32 anos é explicado que apresentavam feridas, abrasões e hematomas. Num deles, aparece "vítima de agressão com socos e pontapés" e é referido que está algemado. E no caso de um outro homem de 32 anos, é indicado que se encontra baleado com bala de borracha na perna esquerda.

A chamada para o INEM foi pouco depois das 18 horas. E todas as vítimas foram escoltadas pela PSP nas respectivas ambulâncias para o Hospital Fernando da Fonseca, mais conhecido por Amadora-Sintra.

Estas fichas constam da acusação do Ministério Público, que esta semana acusou 18 agentes da PSP. Vão a julgamento pelos crimes de tortura, sequestro, ofensa à integridade física qualificada, agravados pelo ódio e discriminação racial contra seis jovens da Cova da Moura, na Amadora.

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