Incêndios não dão tréguas em Águeda e em Arouca

por RTP
Octávio Passos- Lusa

O incêndio que deflagrou esta segunda-feira em Préstimo, Águeda, distrito de Aveiro, obrigou a evacuar um lar de idosos e destruiu um armazém de materiais de construção no lugar de Á-dos-Ferreiros. Em Arouca, o incêndio que começou no sábado alastrou ao concelho vizinho de Vale de Cambra.

Mais de 250 bombeiros com o auxílio de três meios aéreos e 89 meios terrestes combatiam às 15h o incêndio que deflagrou na freguesia de Rossas, no concelho de Arouca, um dos seis que a Proteção Civil destaca na sua página da internet. .
Paulo Jerónimo – RTP

O incêndio que começou no sábado em Arouca alastrou ao concelho vizinho de Vale de Cambra, onde a situação se agravou e envolve agora "quatro ou cinco frentes ativas", disse à Lusa o comandante a corporação local, Victor Machado.

A edilidade apelou à doação de ajuda aos bombeiros, através da conta Twitter do Diario de Arouca.


"Este incêndio ainda está bastante intenso e, durante a noite, o nosso trabalho foi praticamente defender casa a casa, porque o interface urbano-florestal em Vale de Cabra é complicadíssimo, com as habitações isoladas e muito inseridas no meio da floresta", realçou Victor Machado, comandante dos Bombeiros de Vale de Cambra.
Incêndio na Serra da Freita lavra há mais de 40 horas
Após mais de 40 horas as quatro frente de incêndio na Serra da Freita estavam duas sob controle e outras duas a ceder ao avanço dos bombeiros. Depois de muitos sustos e muito esforço, mais nenhuma habitação estava em perigo às 16h00.

Um outro incêndio, florestal, declarado minutos antes das 16 horas, preocupava o bombeiros.

O ponto da situação, feito em direto à RTP pelo comandante distrital de Aveiro, José Bismark.

Chamas obrigaram a evacuar lar de idosos
A Autoridade Nacional de Proteção Civil destaca também esta tarde, na sua página, um incêndio em Préstimo e Macieira de Alcoba, concelho de Águeda, distrito de Aveiro, que mobiliza 218 bombeiros, 69 veículos e dois meios aéreos e apresenta quatro frentes ativas.

O incêndio obrigou a evacuar um lar de idosos e destruiu um armazém de materiais de construção no lugar de Á-dos-Ferreiros.

Em declarações à Lusa, Dora Gomes, moradora na aldeia, descreveu a situação como "caótica". "Ardeu tudo aqui à volta e agora começou outra vez", referiu esta moradora, enquanto observa as chamas a destruir uma casa desabitada, mesmo no centro da aldeia que está sem água da rede pública, nem eletricidade.

Dora Gomes conta que está a pé desde madrugada para defender a sua casa e um armazém de materiais de construção que tem no centro do lugar.

"Felizmente, conseguimos proteger tudo com a ajuda dos vizinhos. Isto foi muito complicado. Nunca passei por uma situação destas aqui", diz.

A mesma sorte não teve um outro armazém de materiais de construção, onde trabalhavam cerca de 20 pessoas, que ardeu completamente.
Fátima Pinto, Filipe Pinto – RTP

O presidente da Câmara de Águeda, Gil Nadais, disse à Lusa que o incêndio está "incontrolável" e com várias frentes ativas, colocando casas "sistematicamente em risco".

"Estamos a evacuar quem está acamado e aos outros o conselho dos bombeiros e da GNR é que abandonem os seus pertences e casas e saiam", afirmou Gil Nadais, em declarações à agência Lusa.

Destacando a "ventania brutal", associada às muito altas temperaturas, como a principal dificuldade encontrada no combate às chamas, o autarca afirmou que "o trabalho dos bombeiros tem sido só proteger pessoas e casas".
Fátima Pinto - RTP

De acordo com o presidente da Câmara de Águeda, "a situação está incontrolável neste momento", mesmo estando no local "muitas corporações de quase todo o país" e vários meios aéreos envolvidos, que contudo "têm dificuldade em operar por causa do fumo que está no ar".
Vento agravou situação em Barcelos
A maior preocupação é proteger as casas se encontram próximas do fogo que lavra desde a tarde de ontem em Barcelos. Segundo o comandante operacional da Proteção Civil a ameaça que o fogo chegue às casas é ainda de alto risco.
José António Pereira – RTP

Para isso, os meios operacionais estão a ser reforçados e foram acionados também meios aéreos. No terreno, estão 138 homens apoiados por 42 meios terrestes e dois aéreos.

Várias estradas municipais foram cortadas, entre as quais a nacional que liga Barcelos a Viana do Castelo.
Outros fogos ativos
Ativos estão também um fogo na freguesia de Aldeia Nova, concelho de Trancoso, distrito da Guarda, com 128 bombeiros, 37 veículos e dois meios aéreos, e o incêndio em Covas, Vila Nova de Cerveira, distrito de Viana do Castelo com 63 bombeiros, 28 meios terrestres e um meio aéreo.

A ANPC destaca ainda um incêndio em Rio Torto/Lagarinhos, concelho de Gouveia, distrito da Guarda, que está a ser combatido por 51 operacionais, 15 meios terrestes e um aéreo.

C/Lusa
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