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Reportagem

Incêndios em Portugal: a situação ao minuto

por RTP

O Presidente da República recordou esta noite as mais de 100 pessoas vitimadas em menos de quatro meses por fogos florestais. “Estes mais de 100 mortos não mais sairão da minha cabeça”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa numa mensagem ao país a partir dos Paços do Concelho de Oliveira do Hospital.

Mais atualizações

23h00 - encerramos aqui o acompanhamento ao minuto da situação pós-incêndios em Portugal.

22h45 - Governo cabo-verdiano manifesta solidariedade

O Governo de Cabo Verde enviou uma mensagem de solidariedade ao povo português e de condolências às vítimas dos incêndios.

"O Governo de Cabo Verde vem por este meio expressar a sua solidariedade para com o povo português, vítima de impiedosos fogos florestais que, desde domingo, fizeram mais de três dezenas de vítimas, perto de sete dezenas de feridos e destruíram um património florestal insubstituível e histórico, mudando para sempre a paisagem de Portugal", lê-se num comunicado do Governo cabo-verdiano.

21h56 - Greve suspensa

Entrentanto, o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica decidiu cancelar o início da greve por tempo indeterminado, por respeito às vítimas dos incêndios.

"Face à catástrofe que se abateu sobre o nosso país, com incêndios que devastaram uma área significativa do território, causando dezenas de mortos, O STSS decidiu cancelar o início da greve por tempo indeterminado prevista para dia 19 de outubro, dia em que Portugal estará ainda a cumprir luto nacional", refere a estrutura sindical em comunicado.

21h53 - Manifestação reclama demissões

Centenas de pessoas juntaram-se esta noite em vigília, frente ao Palácio de Belém, para manifestar indignação pelos acontecimentos do último fim de semana.



20h45 - Marcelo deixa mensagens ao Governo

O Presidente da República adverte que usará todos os seus poderes contra a fragilidade do Estado que considerou existir face aos incêndios que mataram mais de 100 pessoas. E defendeu que se justifica um pedido de desculpa.

Marcelo Rebelo de Sousa falou numa declaração ao país, feita a partir da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, concelho do distrito de Coimbra, um dos mais afetados pelos incêndios que deflagraram no domingo.

O Chefe de Estado sublinhou que as tragédias deste verão "fragilizaram os portugueses", prometendo que "estará atento e exercerá todos os seus poderes para garantir que onde existiu ou existe fragilidade, ela terá de deixar de existir".

Depois exigiu uma "rutura" com o passado e aconselhou "humildade cívica", afirmando: "É a melhor, se não a única forma de verdadeiramente pedir desculpa às vítimas de junho e de outubro - e de facto é justificável que se peça desculpa".

"O Presidente exige que o Governo tire todas mas todas as consequências da tragédia", advertiu ainda Marcelo, remetendo para a Assembleia da República em nome de uma necessária "clarificação", a consideração se o atual Executivo tem, ou não, condições de continuar, referindo-se à moção de censura entretanto anunciada pelo CDS-PP.

"Se na Assembleia da República há quem questione a capacidade do atual Governo para realizar estas mudanças que são indispensáveis e inadiáveis, então, nos termos da Constituição, esperemos que a mesma Assembleia soberanamente clarifique se quer ou não manter em funções o Governo. Condição essencial para, em caso de resposta negativa, se evitar um equívoco, e de resposta positiva, reforçar o mandato para as reformas inadiáveis".

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu também que é preciso "abrir um novo ciclo", na sequência dos incêndios de junho e de domingo passado, e que isso "inevitavelmente obrigará o Governo a ponderar o quê, quem, como e quando melhor serve esse ciclo".

Para Marcelo Rebelo de Sousa, o atual momento é igualmente "a última oportunidade para levar a sério a floresta e a convertermos em prioridade nacional - com meios para tanto, se não, será uma frustração nacional".

"Se houver margens orçamentais, que se dê prioridade à floresta e à prevenção dos fogos", apelou.

O Presidente da República recordou ainda as mais de 100 pessoas mortas em menos de quatro meses em fogos florestais.

"Estes mais de 100 mortos não mais sairão da minha cabeça", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa numa mensagem ao país nos Paços do Concelho de Oliveira do Hospital.

"Mais do que um peso na consciência, mais de cem mortos são uma interpelação política", acrescentou.

Para o Presidente da República, "por muito que a frieza destes tempos, cheios de números e chavões políticos, económicos e financeiros nos convidem a minimizar, ou banalizar, estes mais de 100 mortos, não mais sairão do meu pensamento. Com um peso enorme na minha consciência. Tal como o meu mandato presidencial".

20h30 - Associação Empresarial de Leiria lamenta falta de preservação da floresta

A Associação Empresarial da Região de Leiria (Nerlei) lamentou hoje que o Estado, "o proprietário da maior mancha florestal do distrito de Leiria", não tivesse preservado a floresta, apesar das "elevadas receitas" que daí retira.

Numa nota enviada hoje, a Nerlei alertou para o facto de o "Estado, enquanto proprietário da maior mancha florestal do distrito de Leiria - a mata nacional do Pinhal do Rei - não ter cuidado desse património de forma conveniente, nem preservado a floresta, nomeadamente não ter procedido à sua limpeza e manutenção, nem cuidado das suas estradas, apesar das elevadas receitas que daí retira".

20h10- Autarca de Vouzela estima que 80% a 90% do concelho tenha sido

O presidente da Câmara de Vouzela, Rui Ladeira, disse hoje que "80% a 90% do concelho foi arrasado" pelas chamas, que também deixaram "pelo menos 20 famílias desalojadas" e destruíram "centenas de postos de trabalho".

"Estamos a avaliar os prejuízos, que são imensos, nomeadamente a destruição de casas de primeira habitação, dependências, aviários, explorações agrícolas, tratores, carros... Foi uma coisa dantesca", afirmou o autarca à agência Lusa, lembrando que o incêndio provocou seis vítimas mortais no concelho.

Segundo Rui Ladeira, "o concelho todo foi completamente devastado, todas as freguesias foram atingidas".

"Estamos preocupados com o realojamento das pessoas que perderam a sua primeira habitação, os prejuízos que tiveram e as centenas de postos de trabalho destruídos, porque arderam pequenas unidades de serralharias, carpintarias, aviários e até uma empresa de obras públicas", contou.

O autarca disse que, apesar de a avaliação ainda estar a ser feita, haverá "pelo menos duas dezenas de famílias desalojadas".

20h05 - PAN quer responsabilizar autarquias por limpeza de terrenos

O PAN vai apresentar uma proposta na Assembleia da República com o objetivo de responsabilizar as autarquias em matéria de limpeza dos terrenos, de forma a que populações e empresas estejam mais protegidas.

O deputado único do PAN, André Silva, viajou desde a tarde de segunda-feira entre Tondela e Viseu para auscultar as populações e reunir-se com os responsáveis locais a propósito dos incêndios do fim de semana.

19h40 - Presidente recebe CDS-PP e PCP na quarta-feira

Marcelo Rebelo de Sousa recebe amanhã, às 20h00, o CDS-PP. Segue-se o PCP, às 21h00.

As duas forças políticas solicitaram audiências ao Presidente da República na sequência dos incêndios florestais que deflagraram no domingo.

No caso do partido de Assunção Cristas, que hoje anunciou a apresentação de uma moção de censura, a audiência foi pedida com caráter de urgência.

Os comunistas pediram também para ser recebidos pelo primeiro-ministro, António Costa, e pela procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal.

19h30 - EDP reforça equipas para repor energia na totalidade até sexta-feira

O abastecimento elétrico às populações afetadas pelos incêndios deverá ficar assegurado na totalidade até à próxima sexta-feira, estimou hoje a EDP Distribuição.

A chuva e trovoada da última noite "condicionaram os trabalhos de recuperação da rede de Média Tensão na região Centro atingida pelos incêndios no último fim de semana", mas a EDP Distribuição "estima que o abastecimento elétrico fique assegurado na totalidade até à próxima sexta-feira", divulgou hoje a empresa.

Num ponto de situação enviado à agência Lusa, a empresa revelou que durante o dia de hoje "foi já possível realizar o sobrevoo do helicóptero, o que facilitou o estabelecimento de prioridades, alocação e coordenação de recursos no terreno".

Na segunda-feira a empresa contabilizava 600 técnicos no terreno, número agora reforçado com "mais 200 operacionais mobilizados de outras regiões do país", totalizando 800 pessoas empenhadas na reparação dos equipamentos afetados.

19h20 - Presidente da Cáritas Portalegre-Castelo Branco acusa Governo de "incúria"

O presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre - Castelo Branco, Elicídio Bilé, acusou hoje o Governo de "incúria" em relação aos incêndios florestais que ocorreram no fim de semana e que provocaram pelo menos 41 mortos.

"Estávamos na contingência de surgirem novos focos de incêndio. Aliás, chegou a haver avisos vermelhos para grande parte dos distritos do país", disse o responsável, criticando que, no final de setembro, "já 60% dos meios aéreos de combate aos fogos tinham sido dispensados".

"Portanto, dá impressão que aqui há incúria", afirmou.

19h15 - Liga dos Bombeiros manifesta solidariedade a todos os envolvidos na tragédia

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) manifestou hoje a sua solidariedade a todos os portugueses envolvidos na tragédia dos incêndios florestais, assumindo "um forte sentido de respeito e de solidariedade" em honra da memória das vítimas mortais.

"Neste momento conturbado em que a sociedade está de luto é preciso, é necessário, é fundamental que os Bombeiros Portugueses sintam o conforto da população que neles confia", diz a LBP, em comunicado, a propósito do "flagelo dos incêndios florestais que colocaram o país numa situação de instabilidade e sofrimento".

Na mensagem, a LBP sublinha que os bombeiros portugueses mantêm, todo o seu "empenho, saber dedicação e coragem" na defesa das populações e dos seus bens, num trabalho diário em todo o país.

"A LBP acredita interpretar a vontade coletiva de todos quantos sempre souberam, mesmo nos momentos mais difíceis, defender com sentido de união, com valentia, com coragem e humanismo, as populações, suas vidas e seus haveres", adianta a mesma nota.

19h00 - País passa a alerta laranja

A Proteção Civil anunciou que os 18 distritos do país passam a “alerta laranja” até às 12h00 de quarta-feira.

A alteração do estado de alerta deve-se ao facto de as previsões meteorológicas apontarem “para que a noite de hoje e dia de amanhã, sejam já momentos de maior tranquilidade em termos das condições que propiciam os incêndios florestais”.

“Temos uma descida da temperatura e a previsão da precipitação com mais consistência”, acrescentou Patrícia Gaspar, adjunta de operações da Proteção Civil, no briefing das 19h00.

Segundo Patrícia Gaspar,”desde as 00h00 de hoje foram registas 38 ocorrências de incêndios florestais, às 19h00 estavam em curso apenas três que mobilizavam 225 operacionais, com 60 meios terrestres.

Patrícia Gaspar confirmou que os incêndios “das últimas 48 horas provocaram 42 vítimas mortais”.

“Por distrito estamos a falar de 19 vítimas em Coimbra, 18 em Viseu, uma vítima em Castelo Branco, duas na Guarda e uma senhora que estava em estado grave e faleceu hoje no hospital de Coimbra”, explicou.

Em relação à mulher que estava dada como desparecida na Pampilhosa, distrito de Coimbra, Patrícia Gaspar revelou “que foi encontrada esta manhã morta em sua casa”.

“Temos mais uma vítima em Oliveira do Hospital, outra em Tábua e mais duas vítimas no concelho de Vouzela, em Viseu. Portanto isto, os locais onde foram encontradas”, esclareceu.


18h50 - Vinte desalojados em Tondela com situação resolvida

O incêndio que nos últimos dois dias atingiu o concelho de Tondela deixou duas dezenas de pessoas desalojadas, que viram a sua situação resolvida ainda na segunda-feira, revelou hoje fonte da autarquia.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, explicou que o realojamento foi feito para garantir alguma estabilidade e não apenas para resolver a situação durante uma ou duas noites.

"Tanto quanto foi possível, procurámos alojamento que não seja meramente transitório, mas para garantir estabilidade, até porque vai impor-se um plano especial de apoio ao realojamento e ao apoio à habitação de quem não tem outra alternativa de habitação própria ou permanente", esclareceu.

Ao todo, arderam perto de uma centena de habitações principais, secundárias ou devolutas, para além de barracões, oficinas, 'stands' de automóveis e algumas unidades situadas na zona industrial da Adiça.

18h40 - Duas estradas encerradas para limpeza no distrito de Braga

Duas estradas encontram-se hoje à tarde encerradas ao trânsito no distrito de Braga, para conclusão de trabalhos de limpeza devido aos incêndios que atingiram o norte do país, disse à Lusa fonte do comando-geral da GNR.

Segundo o centro de comando e controlo operacional da GNR, em informação prestada cerca das 18h15, estão encerradas apenas duas vias no distrito de Braga, a Estrada Nacional (EN) 309, na freguesia de Espinho, e a Estrada Municipal 585, na freguesia de Longos, em Guimarães.

A circulação nas duas estradas, encerradas devido aos incêndios florestais, será reposta após a conclusão dos "trabalhos de limpeza" em curso, mas a mesma fonte não adiantou uma previsão para a sua reabertura.

18h35 - Moção de censura do CDS-PP "é diferente na forma"

Perante o anúncio de uma moção de censura ao Governo, por parte de Assunção Cristas, o líder parlamentar do PS, Carlos César, considerou que esta "não é uma iniciativa que envolva uma especial originalidade do ponto de vista do seu conteúdo, é sim diferente do ponto de vista da sua forma".

"Na verdade, o CDS tem pautado o seu comportamento desde que passou à oposição pelo partido que, face a qualquer dificuldade, ou face a qualquer acontecimento de natureza negativa, o seu entendimento é que isso se resolve ora com a demissão de um ministro, ora com a demissão do Governo", reprovou o dirigente socialista.

18h30 - Unidade de Tondela do Grupo Valouro destruída, prejuízo de 3,5 a 4 milhões de euros

O incêndio que nos últimos dois dias atingiu o concelho de Tondela destruiu totalmente uma unidade do Grupo Valouro, onde trabalhavam 47 pessoas, causando um prejuízo de 3,5 a 4 milhões de euros, revelou o grupo.

Numa nota enviada à agência Lusa, o Grupo Valouro informa que as chamas consumiram totalmente as instalações do Centro de Incubação pertencente à Sociedade Agrícola da Quinta da Freiria, localizadas na zona industrial de Tondela, na Adiça.

"Nesta altura de tragédia, mais do que o compromisso que assumimos em rapidamente retomar a nossa atividade e a reconstrução das instalações, pretendemos expressar a todos os nossos colaboradores que este infortúnio em momento algum compreenderá uma ameaça para os seus postos de trabalho e muito menos ainda para o nosso futuro na região", refere.

18h25 - Costa diz que levantamento integral dos danos será feito nas próximas duas semanas

O primeiro-ministro, António Costa, avançou hoje que nas "próximas duas semanas" será feito o "levantamento integral dos danos" dos incêndios deste fim de semana para que depois se possa começar a reconstruir os territórios.

O chefe do executivo dedicou o dia de hoje a visitar a Unidade de Queimados de Celas dos Hospitais Universitários de Coimbra, onde se encontram alguns dos feridos dos incêndios do fim de semana e a reuniões com os autarcas dos distritos de Coimbra e Viseu.

"Ficou definido um plano de trabalho para, nas próximas duas semanas, fazermos o levantamento integral dos danos que existem de forma a podermos começar a responder a reconstruir os territórios", disse aos jornalistas, no final das reuniões da tarde, em Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra.

Questionado sobre se já havia uma estimativa dos danos, António Costa disse que ainda não há um levantamento rigoroso dos valores.

"É o que estamos a fazer com vários membros do Governo que visitarão o conjunto dos concelhos mais afetados no último domingo. Faremos um levantamento tão rigoroso quanto possível da situação existente no conjunto dos concelhos", prometeu.

De acordo com o primeiro-ministro, "só tendo a noção da dimensão do conjunto dos danos sofridos" é que é possível ter a dimensão daquilo que se terá pela frente.

18h20 - Escolas mantêm-se encerradas em Oliveira do Hospital

As escolas de Oliveira do Hospital vão manter-se encerradas até terem as "condições mínimas" para retomarem as atividades, anunciou hoje o presidente do agrupamento de escolas local, Carlos Carvalheira.

Sem uma previsão sobre a data da reabertura dos estabelecimentos de ensino do concelho, Carlos Carvalheira disse aos jornalistas que várias escolas "não têm ainda eletricidade ou água" devidos aos estragos causados no domingo pelos incêndios.

"Não há perspetivas de quando vamos recomeçar. Não há condições para que tranquilamente possamos abrir as escolas", acrescentou.

O agrupamento de escolas de Oliveira do Hospital reúne quase 2.500 alunos de diferentes níveis de ensino.

18h15 - Pelo menos 300 farmácias de serviço esta noite

Quase meia centena de farmácias continua sem comunicações e 300 vão estar de serviço esta noite para prestar o serviço necessário na sequência dos incêndios, anunciou hoje a Associação Nacional de Farmácias (ANF).

Na noite anterior, pelo menos 327 farmácias estiveram de serviço em toda a região centro.

Há ainda 45 estabelecimentos sobre os quais não é possível informar quanto à disponibilidade, por dificuldades de comunicações, segundo a mesma fonte.

"A rede de farmácias vai continuar a alargar a sua disponibilidade em resposta à tragédia dos incêndios", anunciou a ANF em comunicado.

Algumas farmácias foram também diretamente afetadas pelos incêndios que assolaram o país no fim de semana.

"A inoperacionalidade de redes de comunicações, dados e de energia elétrica são neste momento os fatores de maior constrangimento à prestação de serviços farmacêuticos", indicou a ANF.

18h00 - Psicólogos têm papel preponderante no apoio às vítimas

Apagados que estão os incêndios, o apoio psicológico às vítimas reveste-se de grande importância.

O bastonário da Ordem dos Psicólogos avisa que não se pode negligenciar este fator na ajuda às populações.

17h55 - Estimados entre 10 a 20 milhões os prejuízos em Vouzela

O presidente da Câmara de Vouzela aponta 10 a 20 milhões de euros de prejuizos causados pelos incêndios.

Entrevistado esta tarde no Portugal em Direto da Antena 1, Rui Ladeira diz que ardeu cerca de 70 a 80% do concelho.

A Proteção Civil confirmou esta tarde que os incêndios que deflagraram no passado domingo em várias zonas do país provocaram 41 mortos. Há ainda mais de 70 feridos, alguns em estado grave.

17h55 - Estrada Nacional 109 cortada em Mira por receio de explosão em zona industrial

A circulação automóvel vai ser cortada na EN109, em Mira, devido aos fumos tóxicos e ao perigo de explosão na zona industrial, onde persiste um incêndio alimentado por resíduos industriais, anunciou a Proteção Civil.

O corte de circulação vai durar por tempo indeterminado, até à conclusão das operações de rescaldo. Inclui o acesso à autoestrada A17 a partir da rotunda do Seixo de Mira (no limite norte do concelho).

A autoestrada vai continuar aberta, apesar da proximidade do Polo I da zona industrial, "que será evacuada", segundo disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Mira, Raul Almeida.

A decisão de cortar o trânsito na movimentada EN109 foi tomada após uma vistoria à zona industrial feita por uma equipa especializada dos Bombeiros Sapadores de Coimbra.

17h52 - Grupo de Crise da ARS Centro defende cuidados de saúde de proximidade

O Grupo de Crise da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro para os Incêndios defendeu hoje a necessidade de "prosseguir a dinâmica assistencial de proximidade com as populações", com recurso aos meios locais e em articulação com os hospitais.

Numa reunião do Grupo de Crise para os Incêndios na região Centro, realizada hoje, na ARS do Centro, foi sublinhada "a necessidade de se prosseguir a dinâmica assistencial de proximidade com as populações, utilizando os recursos existentes a nível de cuidados de saúde primários em articulação com os hospitais, valorizando a intervenção das unidades de saúde mental comunitárias", afirma a ARS do Centro, numa nota enviada à agência Lusa.

"A articulação dos cuidados de saúde primários diretamente com os autarcas das câmaras municipais e juntas de freguesia foi também um dos assuntos em discussão" durante o encontro, refere a mesma nota, adiantando que o ministro da Saúde participou na parte "final dos trabalhos".

17h52 - Associação prevê regressão económica e social de 15 anos em Oliveira de Frades

O incêndio que afetou a zona industrial de Oliveira de Frades provocou "uma regressão económica e social de cerca de 15 anos", com a perda irrecuperável de 300 postos de trabalho, estimou hoje a Associação Empresarial de Lafões.

Em declarações à agência Lusa, Armando Bento, da Associação Empresarial de Lafões, disse que mais de 500 postos de trabalho terão ficado em risco devido ao incêndio que destruiu totalmente ou danificou várias empresas na zona industrial e que, desses, "300 não serão recuperáveis, a não ser que haja uma ajuda financeira do Governo central e das autoridades locais".

17h50 - PSD não vai apresentar moção de censura

O PSD revelou que não vai apresentar uma moção de censura ao Governo e que vai reunir a bancada parlamentar para analisar a iniciativa do CDS-PP.

O deputado Matos Correia afirmou que “não será surpreendente para ninguém que o PSD”, que vai reunir amanhã para decidir se apoiará a moção de censura do CDS, “não dê apoio a este Governo” pelas falências que demonstrou nos incêndios deste verão. Nas suas palavras, assumiu, “está de certa forma antecipada a decisão que o PSD vai tomar”.

A bancada do PSD vai ter na quarta-feira uma reunião extraordinária, marcada para as 11h00, antes do debate quinzenal com o primeiro-ministro, agendado para as 15h00.

Para Matos Correia, o executivo do PS tem tido um "comportamento" que "se tem traduzido no falhanço absoluto das suas funções", demonstrando "passividade e incompetência", as quais levaram "a estas tragédias ou ajudou a que ocorressem".

"Se é verdade que a decisão será tomada amanhã [quarta-feira], julgo que das palavras que acabei de proferir está de alguma forma antecipada a orientação que o grupo parlamentar irá adotar", continuou.

17h45 - Mira denuncia falha no SIRESP no combate ao fogo que afetou 70% do concelho

O combate ao incêndio que afetou 70 por cento do território de Mira foi prejudicado por falhas no Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), denunciaram hoje as autoridades deste concelho.

Segundo relato feito hoje à agência Lusa por Nuno Pimenta, comandante dos Bombeiros de Mira, o SIRESP só funcionou para as comunicações internas, o que contribuiu para o isolamento do concelho logo nas primeiras horas do combate ao fogo, que teve dezenas de frentes.

"Ainda hoje não é possível usar o SIRESP para comunicar para fora do concelho", explicou o comandante, na presença do presidente da Câmara de Mira, Raul Almeida, e do responsável pelo quartel local da GNR, sargento Luís Santos, que relataram situações semelhantes.

17h35 - Moção de censura é um direito constitucional do CDS-PP, afirma António Costa 

O primeiro-ministro disse hoje respeitar a moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS-PP, considerando que é perante a Assembleia da República que o executivo "tem que responder", o que faz parte da normalidade do funcionamento das instituições.

Em Oliveira do Hospital, depois de ter reunido com os presidentes da Câmara de Oliveira do Hospital, Santa Comba Dão, Tábua e Mortágua, António Costa foi questionado pelos jornalistas sobre o anúncio do CDS-PP que que vai apresentar uma moção de censura ao Governo.

"Respeito. É um direito constitucional do CDS. A legitimidade do Governo resulta da Assembleia da República. É perante a Assembleia da República que tem que responder. Faz parte da normalidade do funcionamento das nossas instituições", respondeu.

17h20 - Número de mortos sobe para 41

Os incêndios florestais que deflagraram no domingo em várias zonas do país fizeram 41 mortos, disse hoje à Lusa a adjunta nacional de operações Patrícia Gaspar.

O anterior balanço dava conta de 37 vítimas mortais, entre as quais um bebé de um mês de Tábua (distrito de Coimbra), que afinal está vivo, adiantou Patrícia Gaspar.

17h15 – Presidente da República fala ao país às 20h30

O Presidente da República, que está a caminho de Oliveira do Hospital, fará uma declaração ao país às 20h30, sobre os incêndios que deflagraram no domingo e mataram, pelo menos, 37 pessoas.


17h00 - Três mil ovelhas mortas em Oliveira do Hospital

Pelo menos 3.000 ovelhas e algumas cabras morreram na zona de Oliveira do Hospital, devido ao fogo, o que compromete o futuro do queijo Serra da Estrela, disse hoje o presidente da Câmara local.

José Carlos Alexandrino afirmou à agência Lusa que "a maior parte" dos pequenos ruminantes que pereceram no incêndio de domingo "são ovinos da raça bordaleira" e de outras variedades autóctones cujo leite determina a pureza do queijo regional com Denominação de Origem Protegida (DOP).

"Está em causa o queijo Serra da Estrela", lamentou o autarca, reeleito nas autárquicas de 1 de outubro para um terceiro e último mandato.

16h45 - Praias de Alcobaça atraem "turismo da desgraça"

Extintas as chamas que tingiram de negro parte de costa de Alcobaça, o "turismo da desgraça" tem hoje uma nova rota com dezenas de pessoas a percorrem os quilómetros que separam as praias da Légua e Paredes da Vitória.

"É só carros para baixo e para cima, toda a gente quer ver esta desgraça", diz Álvaro Vaz, de 68 anos, que esta manhã já contou "a dezenas de pessoas o inferno que ali se viveu".

"Ali" é a Praia da Légua, no concelho de Alcobaça, onde às 13h30 de domingo, deflagrou um incêndio que a tingiu de negro, juntamente com a de Vale Furado e a de Paredes da Vitória.

"Era um mar de chamas, não sabíamos para onde nos virar", repete vezes sem conta aos "turistas" que não param de chegar ao largo da aldeia.

16h40 - Marcelo a caminho de Oliveira do Hospital

O Presidente da República está a caminho de Oliveira do Hospital para visitar uma das localidades mais afetadas pelos incêndios. Ontem, em declarações à RTP, o presidente da câmara afirmou que concelho tinham morrido oito pessoas.

Marcelo Rebelo de Sousa vai reunir-se com o presidente da câmara de Oliveira do Hospital e de seguida vai visitar algumas das aldeias mais afetadas pelas chamas.

Na segunda-feira, o chefe de Estado divulgou uma mensagem no portal da Presidência da República na Internet, em que pediu ação urgente face aos incêndios e prometeu falar ao país após a "estabilização dos fogos e o balanço da tragédia".

Nessa nota, intitulada "Presidente da República reafirma urgência de agir", Marcelo Rebelo de Sousa adiantava que iria "visitar, ao longo dos dias seguintes, as principais áreas ardidas, cancelando a agenda programada esta semana e ponderando, se for caso disso, adiar também a visita aos Açores na próxima".

16h30 - Festival CineEco prossegue em Seia, mas sem festa

A edição de 2017 do CineEco - Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, que esteve suspensa na segunda-feira devido aos incêndios, foi hoje retomada em Seia, mas "sem festa", anunciou a direção.

"Sem festa, mas com redobrado serviço de missão, prossegue esta 23.ª edição do CineEco, com a exibição de filmes que podem ajudar a mudar-nos e a mudar o mundo", refere a direção do festival em nota hoje enviada à agência Lusa.

O festival começou no sábado e foi suspenso na segunda-feira "devido à situação dos incêndios, porque Seia está com as escolas fechadas, o ar é irrespirável, os pavilhões das escolas estão cheios de gente que foi retirada das suas casas e não estão reunidas as condições para a realização do festival", justificou o diretor Mário Jorge Branquinho.

16h25- Federações de Andebol e Voleibol decretam minuto de silêncio

A Federação de Andebol de Portugal (FAP) e a Federação Portuguesa de Voleibol (FPV) decretaram hoje um minuto de silêncio antes de todos os jogos das respetivas competições até domingo, em homenagem às vítimas dos incêndios.

Em comunicado, a direção da FAP lamentou as mortes ocorridas e disse que "ninguém pode ficar indiferente" ao sucedido.

Como forma de manifestar "profunda solidariedade" pelos familiares das vítimas, "todos os jogos oficiais até domingo" serão precedidos de um minuto de silêncio.

O mesmo sucede com a FPV, que manifestou "as mais sentidas condolências às famílias enlutadas" e solidariedade aos afetados.

16h20 - Cidadãos pedem à PGR que investigue fogo que destruiu Pinhal de Leiria

Um grupo de cidadãos da Marinha Grande enviou uma queixa dirigida à Procuradora Geral da República a pedir para que se investigue o incêndio que devastou parte da Mata Nacional de Leiria.

No documento a que a agência Lusa teve acesso, os cidadãos solicitam à procuradora que "dê início a uma investigação criminal para apuramento da responsabilidade dos atos que não foram praticados por aqueles que tinham por obrigação agir preventivamente e procurar minimizar aquilo que demorou 700 anos a ser criado".

Os cidadãos realçam que além dos "responsáveis diretos" pela "catástrofe" que se abateu no domingo sobre a Marinha Grande e que "a Polícia Judiciária estará a fazer o seu trabalho" na identificação destes, "há outros responsáveis".

"Ao longo dos anos, o pinhal foi votado ao esquecimento. Não foi feita limpeza. Não foi feito o que era exigido em termos de reorganização da mata. Não foram criados acessos ou limpos os que existem. Como consequência de tudo isso, em menos de 24 horas o pinhal de Leiria desapareceu", adiantam os cidadãos.

16h15 - Governo disponível para apoiar distrito de Coimbra

O Governo está disponível para apoiar os municípios do interior do distrito de Coimbra afetados pelos incêndios de domingo, disse hoje à agência Lusa o autarca de Arganil Ricardo Pereira Alves.

"Há uma grande abertura do Governo no sentido de nos podermos concertar e montar uma estratégia no sentido de repor as infraestruturas e as condições para as empresas poderem trabalhar e as pessoas ganharem a vida", disse o autarca, após uma reunião na Lousã com o primeiro-ministro e o ministro do Planeamento e Equipamento.

António Costa reuniu ao final da manhã de hoje com os autarcas de Lousã, Arganil, Vila Nova de Poiares, Pampilhosa da Serra e Penacova, sem prestar declarações no final, remetendo explicações para o final da tarde, em Oliveira do Hospital, depois de uma reunião que aí efetuará com os municípios de Oliveira do Hospital, Santa Comba Dão, Tábua e Mortágua.

16h00- Fogo em Monção só terminou 40 quilómetros dentro do solo espanhol

O fogo que entre sábado e segunda-feira afetou 20 das 24 freguesias de Monção, Viana do Castelo, percorreu 65 quilómetros, sendo que a maior extensão se verificou em solo espanhol, onde destruiu uma serração nas imediações do rio Minho.

A secular boa vizinhança com a província galega foi testada pela força das chamas que, impelidas por um forte vento vindo de sul, fez avançar para norte e destruir quase tudo por onde passou, desde Marufe, no concelho de Monção, até bem dentro da Galiza.

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Monção, José Passos falou à agência Lusa do "maior incêndio dos últimos 20 anos" no concelho e que teve no terreno 250 operacionais entre bombeiros, INEM, Cruz Vermelha e GNR.

15h55 - CDS-PP vai apresentar uma moção de censura ao Governo

Assunção Cristas esclareceu que a moção ainda não foi entregue na Assembleia da República, o que será feito nos próximos dias.

A presidente do CDS-PP considera que um momento "desta gravidade, sem ímpar na nossa história recente" é "uma situação que justifica a censura ao Governo".

"Há quatro meses alertámos, sugerimos um conjunto de linhas de ação e nada disso foi seguido pelo Governo", especifica Assunção Cristas.

O Governo não esteve à altura das responsabilidades e "não chega aprovar medidas para o médio e longo prazo".

"O primeiro-ministro tem de mostrar que está à altura", disse Assunção Cristas, criticando a "total incapacidade de assumir responsabilidades, pedir desculpa, assumir indemnizações" da parte do Governo.

"Entendemos que com esta atitude estamos também a dar voz a muitas pessoas que neste país se indignam com um Governo e um primeiro-ministro que não está à altura das responsabilidades", conclui a líder dos centristas.

Segundo Assunção Cristas, “o Governo não reconhece um único erro, não faz um pedido de desculpas”.

A presidente do CDS-PP já informou Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República e Pedro Passos Coelho, presidente do PSD.

15h45 - ANPC admite que mais meios aéreos no domingo "teria sido uma vantagem importante"

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) admitiu hoje que mais meios aéreos a combater os incêndios no domingo "teria sido uma vantagem importante", mas garantiu que foram reforçados os meios disponibilizados para esta fase de fogos.

"No dia 15 de outubro tínhamos 18 meios aéreos, tivemos 524 ocorrências, número que não foi alcançado em nenhum dia do verão, momento em que tínhamos 48 meios aéreos. No dia 15, é obvio que teria feito falta mais meios aéreos, mais meios aéreos teria sido uma vantagem importante", disse a adjunta do comando nacional da ANPC, Patrícia Gaspar, no 'briefing' de ponto de situação sobre os incêndios, realizado após a reunião semanal do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON).

Patrícia Gaspar adiantou que "teria sido benéfico possuir mais meios" aéreos a combater os incêndios no domingo, mas a ANPC geriu "o melhor que podia" os meios que estavam ao alcança e disponibilizados.

15h12 - PCP quer alargar grupo de trabalho sobre fogos à temática florestal

A bancada comunista vai propor hoje que o grupo de trabalho sobre incêndios, na comissão parlamentar de Agricultura e Mar, estenda o seu âmbito a toda a legislação sobre floresta e tenha um cariz mais regular.

A proposta do PCP defende "o alargamento do objeto do grupo de trabalho - acompanhamento da temática dos incêndios florestais -, passando a integrar o acompanhamento da implementação e dos resultados da legislação produzida em matéria de floresta".

Os deputados comunistas pretendem ainda que se "estabeleça a calendarização das suas reuniões e a listagem de audições a realizar para cumprimento das suas funções".

O grupo de trabalho em causa funciona desde setembro de 2016, ainda antes do fogo que deflagrou em Pedrógão Grande em 17 de junho deste ano.

15h00 - Mais de uma dezena de agrupamentos e escolas continuam sem aulas

Mais de uma dezena de agrupamentos e escolas continuam sem aulas, no Norte e Centro do país, devido aos incêndios florestais que deflagraram no fim de semana, de acordo com a informação divulgada hoje pelo Governo.

O Ministério da Educação informou, através do Portal do Governo, que estes estabelecimentos continuam sem atividade letiva por inviabilidade de funcionamento ou por estarem a servir de centros de acolhimento às populações afetadas pelos fogos.

A informação está também disponível na página eletrónica da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares.

14h42 - Portugal regista 225 mil hectares de floresta ardida este ano

O sistema português contabiliza 225.447 hectares de floresta ardida este ano (equivalente ao distrito de Viana do Castelo), valor inferior ao calculado pelo Sistema do Centro de Investigação Comum da Comissão Europeia, que regista 316.100 hectares.

Os números da área ardida foram avançados pela adjunta do comando nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, no 'briefing' sobre os incêndios, realizado após a reunião semanal do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON), ressalvando que estes dados vão aumentar quando for feita toda a validação no terreno.

"Os dados que temos, nesta altura, registados no nosso sistema nacional apontam para 225.447 hectares de área ardida, sendo certo que há inúmeras ocorrências das últimas horas que ainda não estão validadas, isto é seguramente um número que vai aumentar à medida que as autoridades competentes vão progredindo na avaliação destas ocorrências", disse Patrícia Gaspar.

Por sua vez, o Sistema do Centro de Investigação Comum da Comissão Europeia (EFFIS) contabilizou hoje 316.100 hectares de floresta ardida, apontando para quase 54.000 hectares queimados só no domingo, o pior dia do ano em número de fogos.

14h32: Cidadãos organizam vigília para exigir ação de Marcelo

Um grupo de cidadãos vai realizar hoje uma vigília em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, para manifestar junto do Presidente da República "profunda insatisfação e revolta" em relação aos incêndios que deflagraram em Portugal.

"O que se pretende é manifestar junto do senhor Presidente da República, que é no fundo a válvula de segurança do sistema e aquele que zela pelo regular funcionamento das instituições, a nossa profunda insatisfação e a revolta com o que está a suceder em Portugal com os incêndios", disse à agência Lusa Paulo Gorjão, um dos promotores da ação "Todos a Belém".

A iniciativa "espontânea" está a ser promovida na rede social Facebook, contando pelas 14h00 com 1.200 pessoas que vão e com 2.900 com interesse em ir.

14h25: PJ e GNR detiveram 153 pessoas, mais 30 do que em 2016


A Polícia Judiciária e a GNR detiveram 153 pessoas pelo crime de incêndio florestal este ano, mais 30 do que em 2016, disse a adjunta do comando nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

No briefing de ponto de situação sobre os incêndios, realizado após a reunião semanal do Centro de Coordenação Operacional Nacional, Patrícia Gaspar adiantou quer a PJ deteve, este ano, 101 pessoas, enquanto a Guarda Nacional Republicana 52.

Segundo Patrícia Gaspar, a PJ e a GNR detiveram mais 15 pessoas, cada uma, do que em 2016.

A adjunta do comando nacional sublinhou que, no domingo, foi detida uma pessoa suspeita do fogo em Vale de Cambra (distrito de Aveiro), um dos mais de 500 incêndios registados nesse dia.

Patrícia Gaspar destacou ainda que, só no distrito de Braga, foram autuadas 60 pessoas pela realização de queimas de sobrantes agrícolas, uma das práticas proibidas nesta altura do ano.

13h56 - Imagens de drone mostram a dimensão dos incêndios dos últimos dias



13h52 - Psicólogos do INEM ajudam população afetada pelos fogos


As equipas de psicólogos do INEM realizaram, desde domingo, 126 assistências às vítimas e familiares dos incêndios que atingiram a zona Centro, bem como a bombeiros que entraram em crise psicológica devido ao sentimento de impotência contra o fogo.

13h00  - Encontrados seis dos sete desaparecidos

Seis dos sete desaparecidos nos incêndios que deflagraram no domingo na região centro do país foram encontrados com vida, disse a Proteção Civil.

12h30 - Primeiro-ministro no Hospital de Coimbra


António Costa visitou feridos dos incêndios internados no Hospital de Coimbra. No final, afirmou que vários ministros do Governo vão entre hoje e amanhã a todos os concelhos afetados pelo fogo de forma a que seja realizado um levantamento das várias situações provocadas pelos incêndios.

Primeiro-ministro afirmou ainda que este é "um momento de grande angústia e aflição" mas que "o trabalho não acaba quando o fogo se apagar".

E que o país tem mais do que um problema conjuntural, tem um "problema estrutural". "Vamos passar das palavras aos atos. Houve o tempo de enfrentar as chamas, houve o tempo de fazer o estudo, agora é o tempo de decidir e de executar", disse António Costa.


12h05 - 37 vítimas mortais dos incêndios


O último balanço da Proteção Civil, realizado ao meio-dia, aponta para 37 vítimas mortais dos incêndios que atingiram o país nos últimos dias. Há ainda a registar 71 feridos, sendo que 16 estão em estado grave.

O alerta vermelho mantém-se até às 20h00 de hoje. Ainda de acordo com a Proteção Civil os fogos consumiram 225 mil 447 hectares, sendo que este valor ainda é provisório.


11h52 - "Estamos completamente isolados", diz autarca de Pampilhosa da Serra


O presidente da Câmara de Pampilhosa da Serra, José Brito, diz que o concelho do distrito de Coimbra está "completamente isolado", estando esta manhã sem rede móvel ou fixa e sem eletricidade. "Estamos completamente isolados e, mais uma vez, me revolto", disse à agência Lusa José Brito, que considera que "é uma vergonha nacional" o que foi feito em relação à rede de fibra ótica e critica a opção de não se utilizarem as calhas técnicas nas estradas nacionais.

10h59 - "O sistema atual de Proteção Civil está esgotado"


O presidente do Centro de Estudos da Proteção Civil considera que é urgente repor a confiança dos cidadãos nas autoridades. Em declarações ao Bom Dia Portugal, na RTP1, Duarte Caldeira, presidente do centro de estudos e antigo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, considera que há um ponto de confluência entre os três relatórios: o esgotamento do sistema atual de Proteção Civil, tal como foi configurado em 2006.


10h42 - Falta de eletricidade por causa dos incêndios


EDP espera que, até quarta-feira, o problema esteja totalmente resolvido. O presidente da EDP distribuição, João Torres, diz que as reparações das vias elétricas de média tensão já foram completamente restabelecidas. João Torres refere que agora os trabalhos estão a ser canalizados para a baixa tensão, que serve a população.


10h39 - Oliveira de Frades. Imagens captadas por drone mostram zona destruída pelo incêndio


10h37 - Vouzela. Imagens captadas por drone mostram a zona destruída pelo incêndio


10h31 - Incêndios: Quercus defende moldura penal mais pesada


Carmen Lima, da associação ambientalista Quercus, diz não perceber como é que foi levantada a fase Charlie no combate aos incêndios, uma situação que reduziu os meios disponíveis num dia de alerta vermelho e de seca extrema.


10h00 - Oliveira do Hospital: Imagem de drone mostra zona destruída pelo incêndio



09h53 - António Costa desloca-se esta manhã ao Hospital de Coimbra

O primeiro-ministro vai deslocar-se à Unidade de Queimados de Celas, Hospital de Coimbra, para contactar com os feridos decorrentes dos incêndios dos últimos dias.

Chegará cerca das 10.45h. Seguirá depois para a Lousã, onde reunirá, antes do almoço, com os presidentes de câmara da Lousã, Arganil, Gois, Vila Nova de Poiares e Penacova.

Ao início da tarde reunião na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital com os presidentes da Câmara de Oliveira do Hospital, Santa Comba Dão, Tábua e Mortágua.

09h45 - EDP refuta conclusões do relatório sobre Pedrógão Grande

João Torres, presidente da EDP Distribuição, recusa as conclusões do relatório entregue na segunda-feira ao Ministério da Administração Interna. Segundo este relatório, a causa do incêndio de Pedrógão Grande foi uma linha elétrica de média tensão.

Em declarações ao Bom Dia Portugal, o responsável sublinha que este relatório entregue na segunda-feira ao MAI e o relatório da Comissão Técnica Independente apresentam resultados e conclusões diferentes.

João Torres refere que a empresa disponibilizou "toda a informação" para a elaboração dos dois relatórios.

"Fomos muito claros, disponibilizamos todos os dados. (...) Estamos surpreendidos com as conclusões a que chegam", refere

O presidente da EDP distribuição garante que não houve nenhum problema com a linha de média tensão.

"Do nosso ponto de vista, analisando a atividade que temos de preservação das faixas de proteção das linhas, e em termos eletrotécnicos, concluímos que não foi ali que começou o incêndio. (...) Não aceitamos que nos digam que temos uma atuação menos cuidada ", argumenta o responsável.

Sobre os incêndios desta semana, João Torres diz que a empresa já conseguiu recuperar a rede de média tensão até ao final do dia de segunda-feira. As linhas de baixa tensão deverão ficar operacionais nos próximos dias. Muitos postos e linhas ficaram danificadas.

09h40 - Incêndio florestal consome central elétrica de Mortágua

O parque de biomassa desta central do distrito de Viseu foi atingido pelas chamas do incêndio florestal.


09h35 - Não há estradas cortadas devido aos fogos

A Guarda Nacional Republicana (GNR) não tinha às 09:00 de hoje registo de estradas cortadas na sequência dos incêndios que afetaram na segunda-feira vários distritos do continente, adiantou à Lusa uma fonte daquela força de segurança.

Dezenas de estradas estiveram cortadas desde domingo na sequência dos incêndios registados em vários concelhos dos distritos do Norte e Centro.

09h22: Le Monde destaca incêndios em Portugal

O Le Monde faz esta manhã manchete com as consequências dos incêndios em Portugal. O jornal francês assinala que Lisboa decretou três dias de luto nacional na sequência dos fogos que provocaram dezenas de mortos.

O jornal assinala ainda que se registaram mais de 700 focos de incêndio no domingo e na segunda-feira e destaca as declarações que António Costa fez na noite de segunda-feira.

Pode ler o artigo (em francês) neste site.

09h00 - Chamas queimaram este ano mais de 316.000 hectares

Os incêndios já destruíram este ano em Portugal mais de 316.100 hectares, segundo o sistema da Comissão Europeia, que aponta para quase 54.000 hectares queimados só no domingo, o pior dia do ano em número de fogos.

Os dados disponíveis ao início da manhã de hoje no EFFIS - Sistema do Centro de Investigação Comum da Comissão Europeia, que apresenta áreas ardidas cartografadas em imagens de satélite, indicavam que só na zona do Pinhal Litoral, que abrange o Pinhal de Leiria, arderam no domingo e na segunda-feira 11.394 hectares.

Depois desta, a maior área destruída pelas chamas que deflagraram no domingo foi na região do Pinhal Interior Norte, que abrange os concelhos de Penacova e Arganil, entre outros, onde arderam mais de 16.000 hectares, segundo o EFFIS.

Se aos incêndios de domingo se juntarem os que deflagraram no sábado e na segunda-feira, o EFFIS apresenta um total superior a 64.000 hectares ardidos.

O país da União Europeia que mais se aproxima de Portugal em área ardida é a Itália, que apresenta um total de 133.526 hectares ardidos, menos de metade do território português.

8h50 - Ponto de situação:


Às 8h40 da manhã, a página da internet da Proteção Civil dava conta de que no país não havia nenhuma ocorrência importante relacionada com os incêndios. No entanto, mantêm-se no terreno 2933 homens e 858 viaturas para 6 incêndios em resolução e 53 em conclusão.

Os incêndios de Arganil e Lousã, aqueles que inspiravam mais preocupação perto da meia-noite entraram em resolução durante a madrugada. A chuva que caiu ajudou ao trabalho dos bombeiros.

A circulação na Linha da Beira Alta foi retomada durante a madruga, às 5h30 da manhã, depois de ter sido suspensa no final do dia de domingo.

No que diz respeito a estradas cortadas, a Guarda Nacional Republicana (GNR) adiantou hoje à agência Lusa que às 07h00 estavam fechadas ao trânsito a Estrada Nacional 309 na zona de Espinho, no distrito de Aveiro, e a Estrada Municipal 585 junto à localidade de Longos, concelho de Guimarães, no distrito de Braga.


A noite ainda deu lugar à evacuação de uma aldeia. Na Lousã, a aldeia de Cabanões foi evacuada. O fogo esteve às portas da povoação, mas os bombeiros conseguiram evitar que as chamas atingissem as casas.

Na segunda-feira, a Autoridade Nacional de Proteção Civil anunciou que vai manter o alerta vermelho devido aos incêndios em todos os distritos até às 20h00 de hoje.

Para o meio dia está previsto um novo briefing da Proteção Civil, com nova atualização de dados sobre os incêndios.

Ainda na segunda-feira, o Ministério Público instaurou inquéritos autónomos nos Departamentos de Investigação e Ação Penal das comarcas onde ocorreram os incêndios registados desde domingo, disse hoje à agência Lusa a Procuradoria-Geral da República.

“Na sequência das comunicações recebidas até ao momento, foram instaurados inquéritos nos DIAP das comarcas onde ocorreram os incêndios”, refere uma resposta escrita enviada na noite de hoje pela PGR.