O primeiro-ministro afirmou que era difícil haver mais rapidez na mobilização do país para os incêndios de Pedrógão Grande, e adiantou que houve um trabalho muito grande por parte de todos.
O governante registou ainda aquilo que designou de "capacidade notável" que as populações, empresas e autarcas e a solidariedade do conjunto do país tiveram para o renascer dos dramas vividos.
"Há dramas insuperáveis, mas felizmente há uma capacidade de fazer renascer que é muito importante. E, o que podemos ver nestes concelhos, quer nas empresas, quer nas casas, é uma grande vontade de as famílias se manterem, manterem as suas vidas e fazerem renascer a vida nestes territórios", frisou.
"É preciso que o país nunca esqueça que, depois desta fase da reconstrução, do apoio às famílias, aos feridos e empresas, há um trabalho de fundo muito importante que temos de fazer que se prende com a revitalização do interior e com o reordenamento desta floresta", sustentou.
António Costa considera fundamental que seja feito um trabalho de médio/longo prazo, para que o interior ganhe novamente vida e para que a floresta se torne num fator de riqueza e que haja mais seguranças para todos.
IVA da reconstrução vai para o Fundo RevitaO IVA da reconstrução das casas afetadas pelos fogos de junho vai reverter para o Fundo Revita, garantiu o primeiro-ministro, em Figueiró dos Vinhos, após uma reunião com a Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande.
"Tal como já fizemos com as chamadas de valor acrescentado, também relativamente a todas estas despesas com a reconstrução essa receita reverterá para o Revita, para que os donativos para a reconstrução desta região continuem a ser donativos para a solidariedade", disse António Costa.
Segundo o primeiro-ministro, não é possível, "porque estamos sujeitos a regras comunitárias, alargar o âmbito das isenções, agora, podemos consignar esta receita a este fim e é isso que iremos fazer".
Aos jornalistas, a presidente da Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, Nádia Piazza, adiantou que vai ser desenvolvido um projeto-piloto dedicado ao trauma para as comunidades de desastre, "que foi o nosso caso".
"Isso vai fazer história e ficar nos manuais do futuro para quando acontecer uma catástrofe não voltarmos à estaca zero", disse Nádia Piazza, considerando que, no futuro, pode haver outro tipo de catástrofes.
O projeto-piloto vai incidir sobre os incêndios, que é o "tipo de catástrofe que nos afeta aqui no interior dado o nosso coberto vegetal, a orografia e agora os períodos de seca extrema", acrescentou.
"Esta região passou por um trauma coletivo, então o trauma tem de ser trabalhado também em coletividade, com terapias em grupo, e há terapias fantásticas que têm resultado e que conseguem desconstruir imagens que é aquilo que nós carregamos muito", sublinhou, emocionada, Nádia Piazza.
A presidente da Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande disse ainda que a questão das indemnizações às vítimas está resolvida e a cargo da Provedoria de Justiça.
Costa afirma que seria difícil ter todas as casa prontas no Natal
A maioria das casas que ardeu no incêndio de Pedrógão Grande ainda não foi reconstruida.
Seis meses depois do fogo o primeiro-ministro foi entregar as chaves das habitações já concluídas e disse que seria difícil ter tudo já pronto.
O Governo garante que há 45 milhões de euros para serem aplicados na região.
C/ Lusa
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