Identificada rede de tráfico de seres humanos e lenocínio que integrava polícias municipais

por Lusa

Três pessoas foram detidas e duas constituídas arguidas, entre as quais dois polícias municipais em Lisboa, no âmbito de uma investigação relativa ao crime de tráfico de seres humanos e lenocínio agravado, anunciou hoje a PSP.

Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa avançou que "no âmbito da investigação foram identificados dois polícias, atualmente em funções na Polícia Municipal de Lisboa, que se crê estarem ligados ao negócio da exploração das mulheres para a prostituição".

A investigação decorre "há cerca de um ano e meio" e permitiu identificar uma estrutura que "explorava mulheres para a prostituição, submetendo-as a condições degradantes e desumanas, obrigando-as a trabalhar de forma quase permanente, limitando a sua liberdade e autodeterminação".

De acordo com a nota, na quarta-feira foram realizadas buscas domiciliárias, na zona da Grande Lisboa e no Algarve, que tinham como objetivo recolher indícios da pratica dos crimes.

A estrutura investigada e agora descoberta é composta por uma mulher que "geria o negócio e que contava com diversos colaboradores", quer no espaço utilizado para a prostituição, quer como rede de apoio.

Segundo a PSP, foram realizadas sete buscas domiciliárias - seis às residências dos suspeitos e uma ao local utilizado para a prática da prostituição - e foram cumpridas ainda buscas na Polícia Municipal de Lisboa, local de trabalho dos dois polícias investigados.

Os detidos têm idades entre os 40 e 45 anos, não sendo conhecidas as idades dos suspeitos constituídos arguidos. A polícia não especifica se os agentes municipais estão entre os detidos.

O primeiro interrogatório judicial está agendado para hoje.

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