O Hospital de Santa Marta vai contactar os 85 pacientes a quem foram implantados um dos nove modelos de `pacemakers`, produzidos pela empresa norte-americana Guidant, que poderão ser retirados devido a problemas, afirmou fonte do hospitalar.
Na segunda-feira, o segundo maior fabricante mundial de aparelhos para o coração, admitiu ter de substituir 28 mil `pacemakers`, devido a suspeitas de terem defeitos.
As falhas foram detectados em 69 aparelhos, que se tornaram incapazes de regular o ritmo cardíaco dos doentes, e levaram à morte de um deles.
Na sequência destes problemas, a Guidant decidiu substituir os `pacemakers` dos modelos Pulsar Max, Pulsar, Discovery, Meridian, Pulsar Max II, Discovery II, Virtus Plus II, Intelis II e Contak TR.
O director do serviço de Cirurgia cárdio-toráxica do hospital de Santa Marta, José Roquette, declarou à agência Lusa que já foram apurados 85 pacientes em que foram implantados os modelos que a Guidant poderá substituir.
"Já detectámos 85 pacientes em que implantámos os modelos agora postos em causa pela Guidant.Vamos chamá-los para reavaliar a sua condição", afirmou o cirurgião.
Segundo o director do serviço, a sucursal portuguesa da Guidant já contactou o hospital prontificando-se a substituir os aparelhos dos pacientes que manifestem vontade de o fazer.
José Roquette, afirmou que até hoje não teve queixas, por parte dos paciente de nenhum dos sintomas que levaram a tomada de posição do fabricante norte-americano.
Os aparelhos em causa foram vendidos um pouco por todo o mundo, sendo que nenhum foi comercializado ou colocado nos últimos quatro anos, segundo informações prestadas segunda-feira nos Estados Unidos da América pela Guidant e divulgadas pela agência AP.
Segundo a empresa norte-americana, os equipamentos defeituosos vão ser trocados sem cobrar nada aos seus utilizadores, mesmo que muitos deles estejam já fora do prazo de garantia.
A Guidant também vai reembolsar os seus clientes afectados em cerca 2089 euros para cobrir despesas médicas.
Em Junho, a empresa norte-americana - que está a ser adquirida pelo gigante Johnson&Johnson - teve de retirar do mercado mais de 100 mil desfibrilhadores portáteis, ligados com "razoável probabilidade" a causa de morte ou doença grave.
Contactado pela Lusa, o responsável da Guidant Portugal, João Rocha, remeteu desde segunda-feira todos os esclarecimentos para a empresa nos EUA, nomeadamente sobre a quantidade de aparelhos dos nove modelos referidos vendidos em Portugal.