A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, e os representantes dos guardas prisionais, cumpriram esta tarde agenda, com um encontro já programado sobre carreiras e sistemas de avaliação. Os sindicatos aproveitaram para afastar quaisquer suspeitas quanto a condutas suspeitas dentro da corporação, tanto por parte de chefias como de guardas.
A fuga, sábado de manhã, de cinco reclusos perigosos da prisão de alta segurança de Vale de Judeus, expôs as fragilidades do sistema prisional português.
No relatório sobre o sucedido entregue à ministra da Justiça esta terça-feira são apontadas falhas graves e a tutela falou em "erros grosseiros", referindo igualmente "dúvidas que subsistem" quanto ao ocorrido e a eventuais cumplicidades internas.
Suspeitas essas esta tarde afastadas pelos representantes dos guardas prisionais.
À entrada da reunião, Hermínio Barradas, da Associação Sindical de Chefias de guardas prisionais, admitiu somente a eventualidade de "negligência". "Não tenho dogmas", afirmou.
O sindicalista apontou a escassez de chefias, cujas admissões, lembrou, estão paradas há duas décadas por "cegueira ideológica", como explicação para eventual "negligência por escassez de elementos da guarda" e "desorientação" que possa ter provocado "algum procedimento menos correcto", na altura da fuga.
O sindicalista apontou a escassez de chefias, cujas admissões, lembrou, estão paradas há duas décadas por "cegueira ideológica", como explicação para eventual "negligência por escassez de elementos da guarda" e "desorientação" que possa ter provocado "algum procedimento menos correcto", na altura da fuga.
Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional dos Guardas Prisionais, foi mais categórico e afastou qualquer possibilidade de cumplicidade na fuga.
Frederico Morais aproveitou para anunciar que "hoje, o Sindicato do corpo da Guarda Prisional decidiu marcar para dia 19, às 14h00, um encontro solidário", com os guardas, junto ao estabelecimento prisional de Vale de Judeus, apelando à participação numa demonstração da unidade do corpo.
"Podem vir com tudo o que quiserem, que não nos vão cobrar nem nos vão vergar", garantiu à reporter da RTP, Soraia Ramos.