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Greve paralisa comboios urbanos em Lisboa e condiciona circulação de norte a sul

por RTP
Pedro A. Pina - RTP

A greve dos trabalhadores ferroviários, que começou a sentir-se este domingo, parou hoje quase 100% dos comboios urbanos de Lisboa, 72% dos do Porto e regionais e 66% das ligações internacionais.

Luís Bravo, do Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial itinerante (SFRCI), confirmou esta manhã a adesão massiva a esta greve.

"Os trabalhadores da aérea comercial estavam (a aderir) a 100% quer na bilheteira, quer da revisão e chefias diretas. Teremos alguns comboios a circular com dois maquinistas que estão a sofrer grandes pressões para violar a lei da greve. Por isso, quero fazer um agradecimento público aos maquinistas que não cederam às pressões", disse.

"Na linha de Sintra, só andaram três comboios, na linha de Cascais não andou nenhum comboio [...] e só saiu um comboio de longo curso de Lisboa", adiantou o responsável. Em todo o país, a adesão à greve rondou, em média, 85% até às 12h00, argumentou Luís Bravo.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu hoje a justiça da greve dos trabalhadores ferroviários da CP, Medway e Takargo para defender a segurança dos utentes dos comboios e os postos de trabalho em causa.

"Nenhum cidadão consciente pode estar de acordo que, por exemplo, exista um maquinista num comboio com 10 carruagens. Não se entende que, depois de um recente relatório sobre o estado das infraestruturas em que se encontra a linha ferroviária, se reduza para um único agente a possibilidade de cumprir as tarefas de segurança", afirmou, à margem de uma reunião com o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, na sede comunista, em Lisboa.

Os trabalhadores ferroviários estão em greve contra a possibilidade de circulação de comboios apenas com o maquinista, sem revisor nem operador de mercadorias.

Os sindicatos consideram que "a circulação de comboios só com um agente põe em causa a segurança ferroviária - trabalhadores, utentes e mercadorias", e denunciam que o objetivo desta medida é reduzir os custos operacionais.

Os ferroviários consideram que o Regulamento Geral de Segurança (RGS), em discussão nos últimos meses, deixa em aberto a possibilidade de os operadores decidirem se colocam um ou dois agentes nos comboios.

O secretário-geral da CGTP alertou que 600 postos de trabalho diretos podem desaparecer, além de 400 indiretos.

C/ Lusa
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