Greves na educação marcam arranque do segundo período do ano letivo

por RTP
"É um reinício de ano letivo com uma nuvem muito cinzenta", sublinha Filinto Lima, presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas António Pedro Santos - Lusa

Três sindicatos de professores dão início esta terça-feira, primeiro dia do segundo período do ano letivo, a um mês de paralisações. Os profissionais contestam as propostas da tutela com vista à revisão do regime de recrutamento.

O S.T.O.P. - Sindicato de Todos os Profissionais da Educação volta à greve por tempo indeterminado que decorre desde 9 de dezembro. Ação de protesto que ditou o fecho pontual de diferentes escolas no final do primeiro período.

A estrutura sindical submeteu pré-avisos de greve até ao final do mês de janeiro, abrangendo trabalhadores não docentes.
Ouvido esta manhã pela RTP em Miranda do Corvo, André Pestana, coordenador do S.T.O.P., argumentou que "quem trabalha na escola pública tem sido muito atacado, até mesmo roubado, como na questão do tempo de serviço". Os professores, continuou, "já perderam mais de 20 por cento" do poder de compra.

As greves visam também reclamar respostas do Ministério da Educação a outros problemas relacionados com a carreira docente e as respetivas condições de trabalho.

Também a Fenprof - Federação Nacional dos Professores retoma as greves ao sobretrabalho e às horas extraordinárias, que haviam sido iniciadas a 24 de outubro do ano passado.A Fenprof marcou para esta terça-feira uma concentração diante do Ministério da Educação, visando a entrega de um abaixo-assinado contra a possibilidade de diretores ou entidades locais contratarem professores.

Por sua vez, o SIPE - Sindicato Independente dos Professores e Educadores convocou uma greve parcial que visa igualmente contestar propostas de alteração ao regime de recrutamento. A paralisação, neste caso, cobre o primeiro tempo de aulas de cada professor.

Em declarações à RTP, em Vila Nova de Gaia, Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas,admitiu que este "é um reinício de ano letivo com uma nuvem muito cinzenta".
"De facto, prevê-se um mês muito complicado. Um mês, ou meses ou semanas, depende das negociações que possam existir entre os sindicatos dos professores e o Ministério da Educação", acentuou o responsável, antevendo "uma adesão forte".

c/ Lusa




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