Segundo dados da CGTP estão preparadas 39 concentrações, algumas com desfiles de protesto, sendo que a maior está prevista para Lisboa com uma concentração às 14h30 na Praça do Rossio, seguida de desfile até ao Palácio de São Bento. A greve-geral da próxima quarta-feira convocada pela Intersindical terá impacto em 12 distritos.
A greve-geral foi convocada pela CGTP no passado dia 3 de outubro, foi proposta contra as medidas de austeridade que têm sido impostas ao país e por novas políticas económicas e sociais e terá como lema "Contra a Exploração e o Empobrecimento, Mudar de Política - Por um Portugal com Futuro".
Para Arménio Carlos, líder da Intersindical, “esta não é uma greve só de protesto, é sobretudo uma greve de propostas alternativas para o país" e lembrou o conjunto de propostas alternativas apresentado pela CGTP às medidas de austeridade que o Governo tem vindo a apresentar.
Esta é uma greve-geral que não contra com o apoio da UGT, o que não evitou que vários sindicatos ligados à central sindical de João Proença tenham entregado pré-avisos de greve para o dia 14 de novembro, isto apesar das relações menos boas entre as duas centrais sindicais desde que o líder da UGT assinou o acordo para a Competitividade, Crescimento e Emprego que está na origem da revisão da legislação laboral.
Jornada de luta europeiaA greve-geral da CGTP de quarta-feira coincide com uma jornada de luta europeia já que cerca de vinte países vão dedicar o dia à luta contra a austeridade e a favor do emprego.
A jornada europeia de ação e solidariedade, organizada pela Confederação Europeia dos Sindicatos, tem como lema "Pelo emprego e a solidariedade na Europa, não à austeridade" e vai mobilizar cerca de 40 organizações sindicais em greves, manifestações, ações de protesto e reuniões em várias cidades da Europa.
Outros três países vão igualmente realizar jornadas de luta contra a austeridade, mas em dias diferentes, como são os casos da Suíça, na quinta-feira, a Eslovénia e República Checa, estes dois no sábado.
Recorde-se que para quarta-feira estão marcadas greve gerais de 24 horas contra a austeridade em Portugal e Espanha, enquanto em Itália e na Grécia decorrerão paralisações de quatro e três horas, respetivamente, enquanto em Vilnius, na Lituânia, haverá uma greve, mas apenas para o setor dos transportes.
Em várias cidades europeias decorrerão ações de sensibilização e/ou de protesto contra as políticas de austeridade e em defesa do emprego, na capital belga haverá uma manifestação junto à Comissão Europeia e, em França, estão previstas 25 manifestações "pelo emprego e a solidariedade na Europa".
Para a Suíça estão agendadas manifestações junto a embaixadas e à representação permanente da União Europeia e, na Polónia, decorrerão manifestações em várias cidades "em defesa do trabalho digno".
Da Alemanha, Reino Unido, Holanda, Áustria, Dinamarca e Suécia sairão mensagens de solidariedade para com os trabalhadores dos países europeus que estão a ser afetados por medidas de austeridade.
Na Bulgária decorrerão em várias cidades fóruns para discutir temas laborais, em Malta está previsto um seminário sobre o emprego e na Letónia jovens sindicalistas serão recebidos pelo presidente do parlamento para discutir o emprego e a educação dos jovens.
Na Finlândia os sindicatos organizam várias ações para apelar ao respeito pelos trabalhadores na Europa e farão chegar ao comissário europeu dos Assuntos Económicos um conjunto de reivindicações, enquanto no Luxemburgo uma delegação sindical será recebida pelo primeiro-ministro, Jean-Claude Juncker, que é também o líder do Eurogrupo (ministros das Finanças da zona euro), para discutir as alternativas que existem para sair da crise.