Greve de pilotos da Portugália Airlines obriga ao cancelamento de 16 voos
Pelo menos 16 voos da Portugália Airlines foram já cancelados devido a uma paralisação dos pilotos da transportadora. Os profissionais da PGA reclamam a implementação de um Regulamento de Utilização "responsável e seguro" e alegam estar em causa "a integridade de vidas humanas" e a "salvaguarda dos equipamentos de voos".
Em cima da mesa, assegura em comunicado aquela estrutura sindical, está "a possibilidade de agendar novos períodos de paralisação até que sejam eliminados os factores de acumulação de fadiga dos pilotos".
A principal exigência dos profissionais da Portugália Airlines prende-se com a adopção de um novo Regulamento de Utilização. Um instrumento que deve prever "tempos de repouso, folgas, férias e tempos máximos de trabalho que reduzam os riscos operacionais associados à fadiga acumulada".
Segundo o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, as actuais condições de trabalho impostas aos profissionais da PGA ameaçam "a segurança de voo, a integridade de vidas humanas, a salvaguarda dos equipamentos de voos" e a própria "imagem" da transportadora.
Os pilotos acusam a administração da empresa de ignorar as suas preocupações. Os gestores da PGA, assinalam, têm "revelado o mais absoluto desinteresse e incapacidade técnica para resolver satisfatoriamente este problema".
TAP promete "proteger os passageiros"
Na sexta-feira, uma fonte da TAP citada pela Agência Lusa adiantava que a transportadora estava a preparar medidas de resposta aos efeitos da greve, de forma a "proteger os passageiros". A substituição de aviões da Portugália Airlines poi aparelhos da frota da TAP era uma das medidas a privilegiar durante as 24 horas da paralisação.
O número de reservas para sábado em voos da PGA ascende a três mil.
"Estamos a enfrentar a situação e a resolver problemas minuto a minuto", garantiu à Lusa a porta-voz da Portugália Airlines. Os responsáveis pela empresa reconhecem, contudo, que ainda não estão em condições de avançar com uma avaliação completa do impacto da greve.
Todos os passageiros impedidos de voar a bordo de aparelhos da PGA, adianta a companhia, estão a ser transferidos para aviões da TAP ou fretados a outras companhias.
Em declarações à RTP, o porta-voz da TAP António Monteiro afirmou ser "legítimo que os pilotos da PGA queiram melhorar as suas condições de trabalho". Mas não deixou de considerar "esquisito" que os profissionais "estejam a adoptar formas de luta tão radicais que afectam quer a imagem da companhia quer as suas próprias receitas, num momento em que a PGA ainda não está consolidada".
Por seu turno, Nuno Queirós, do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, devolve a acusação de "radicalismo" à administração da empresa detentora da Portugália Airlines.
"Eu acho que o radicalismo e algum desespero, na minha opinião, são da administração da TAP, porque fazer greves nunca fechou empresas. Continuar com a sobreutilização dos pilotos e a pôr em causa a segurança de voo pode causar um acidente, pode eventualmente causar a perda de vidas humanas e isso sim vai contribuir para um mais que provável fecho da companhia", sustentou à RTP o representante sindical.