Grávidas mais ansiosas sabem desde Janeiro o sexo do bebé às 8 semanas

por Agência LUSA

As grávidas mais ansiosas podem saber o sexo do bebé a partir das oito semanas de gestação através de um diagnóstico que é realizado em Portugal desde o início do ano, mas que não substitui exames clínicos como a amniocentese.

Trata-se de um exame de determinação do sexo fetal que começou a ser realizado em Portugal no início do ano pelo Centro de Genética Clínica (CGC) e que agora também é uma aposta da empresa GeneLab, ligada à Crioestaminal, que conserva células do sangue do cordão umbilical.

Mediante o pagamento de cerca de 100 euros, o sexo do feto pode ser identificado "sem qualquer risco para os bebés", segundo garantem das duas empresas.

De acordo com o CGC, o exame de determinação do sexo fetal é realizado através da colheita de uma amostra de sangue materno, onde é possível analisar o ADN (ácido desoxirribonucleico) do feto.

A identificação do sexo é possível porque existe um fluxo bi- direccional de células maternas e células fetais durante a gravidez.

Como no início da gravidez o DNA fetal constitui cerca de 3,4 por cento do DNA total presente no plasma materno, a sua utilização em análise genética é viável.

Nesta análise, é identificado o cromossoma Y (masculino), que indica a gestação de um rapaz, ou uma rapariga, quando este está ausente.

O CGC garante que as mães podem saber o sexo do feto em cinco dias e, de acordo com Purificação Tavares, especialista em genética desta empresa, já foram realizadas dezenas de análises desde o início do ano.

Nesta área lança-se agora a GeneLab, um laboratório de prestação de serviços de diagnóstico molecular nas áreas da genética, oncologia e doenças infecciosas, que dá às grávidas também a possibilidade de conhecerem o sexo do feto a partir das oito semanas.

O serviço "Meninooumenina" será apresentado terça-feira, em Lisboa, e funcionará em laboratórios sedeados no Parque de Biotecnologia "Biocant", em Cantanhede.

A GeneLab garante que esta tecnologia "não se limitará a dar resposta à curiosidade dos pais para saberem o sexo do bebé, mas também servir como um diagnóstico médico auxiliar".

"Em algumas situações em que existe um historial familiar de doenças é importante saber o quanto antes o sexo do bebé, pois quanto mais precocemente se iniciar o tratamento in-útero maior será a possibilidade de sucesso destes tratamentos", segundo a apresentação da empresa.

A GeneLab espera que, no futuro, "exames deste tipo substituam procedimentos invasivos de diagnóstico, como por exemplo a amniocentese, para detectar anomalias fetais frequentes e configurar outras aplicações clínicas de elevado interesse na área do diagnóstico pré-natal".

Para já, a identificação do sexo fetal não substitui outros exames, como a amniocentese, que permite diagnosticar o síndrome de Down e outras alterações cromossómicas, ou mesmo genéticas.

A amniocentese é um procedimento diagnóstico no qual se colhe uma amostra de líquido amniótico (que rodeia o feto durante a gravidez) através de uma agulha.

A importância deste líquido deve-se à existência de células com origem no feto que podem ser utilizadas para obter informação genética e permitir diagnosticar o síndrome de Down e outras alterações no feto.

A amniocentese é recomendada em mulheres grávidas com idade superior a 35 anos.

É igualmente aconselhada a mulheres com valores sanguíneos anormais (de proteínas e hormonas produzidas pelo feto detectadas pelo teste de triplo rastreio) e em mulheres cujas ecografias revelaram alterações.

Também é recomendada para mulheres que tenham tido filhos com malformações congénitas ou que tenham história familiar de certas doenças congénitas.

Este exame tem alguns riscos associados, estimando-se que uma em cada 200 vezes em que é feito conduz à perda do feto.


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