Governo não se oporá a uma declaração do estado de emergência

por Antena 1

O primeiro-ministro, António Costa, disse que os portugueses têm cumprido as restrições para evitar a disseminação do coronavírus, mas adiantou que, se o Presidente da República entender decretar o estado de emergência, o Governo não dará parecer negativo.

"As restrições à circulação têm sido cumpridas pelos portugueses e as forças de segurança têm dito que não têm necessidade, para já, de haver qualquer reforço dos seus poderes de autoridade", disse o primeiro-ministro, António Costa, na residência oficial, em São Bento, Lisboa.

O chefe do Governo adiantou que a avaliação da situação vai continuar em conjunto com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que convocará "brevemente" o Conselho de Estado e que, se o chefe de Estado entender decretar o estado de emergência nacional, "o Governo não dará parecer negativo".

"O Presidente da República está a avaliar essa necessidade e a garantia que o Governo dará é de que, quando o senhor Presidente da República entender que deve ser decretado, não colocaremos qualquer tipo de reserva", reforçou o chefe do executivo.

"A Constituição prevê e a lei permite à sua excelência o senhor Presidente da República tomar a iniciativa de ouvir o Governo e propor à Assembleia da República que seja decretado o estado de emergência em Portugal", disse o primeiro-ministro, acrescentando que o estado de emergência nacional permite "uma suspensão bastante extensa dos direitos, liberdades e garantias".

Segundo António Costa, "desde o 25 de novembro de 1975 que não é decretado o estado de sítio nem de emergência" e só "numa situação muito excecional e de modo muito restritivo" esses limites "podem ser assumidos num Estado democrático"
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