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Prejuízos nos incêndios ascendem a 500 milhões de euros

por RTP

Os incêndios que afetaram a zona centro do país afetaram 481 casas, sendo que 169 eram de primeira habitação e 205 de segunda. O relatório a que a RTP teve acesso revela que os danos e necessidades de intervenção totalizam 497 milhões de euros. Contabilizados como danos imediatos com necessidade de resposta de emergência estão 193 milhões de euros. Estima-se ainda 303 milhões de euros de investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia. Nestes incêndios perderam a vida 64 pessoas.

De acordo com o relatório assinado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, os danos imediatos que exigem uma resposta de emergência têm um valor estimado de 193 milhões de euros. Repartem-se pelas questões de habitação particular, floresta, atividades económicas, agricultura, infraestruturas e equipamentos municipais, rede viária nacional e proteção civil.

Este primeiro grupo de medidas a avançar representa 38 por cento do custo total apurado e pretende assegurar as condições básicas para reposição da vida normal dos cidadãos.

Foram afetadas total ou parcialmente 481 habitações particulares, sendo 169 de primeira habitação, 205 de segunda habitação e 117 habitações devolutas. Correspondem a um prejuízo de 27 milhões de euros.

O Executivo contabilizou ainda 49 empresas afetadas, com implicações diretas em 374 postos de trabalho. Os danos provocados em termos de atividade económica são de 31 milhões de euros.



De acordo com o relatório, a Autoridade Nacional de Proteção Civil reportou 4,5 milhões de euros de gastos com a mobilização de meios de combate aos incêndios.

Em termos de infraestruturas e equipamentos municipais há um dano estimado de 21 milhões de euros, enquanto que os custos estimados para a reparação dos danos na rede viária nacional ascendem a 2,5 milhões de euros.

Na agricultura, o valor global de prejuízos é de 21 milhões de euros.


Os cinco grandes incêndios ocorridos em 17 de Junho contabilizam de forma conjunta cerca de 45.979 hectares ardidos, em: Sertã, Góis, Pampilhosa da Serra, Penela, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande.

No caso de Pedrógão Grande ardeu 81 por cento da área florestal. Em Figueiró dos Vinhos ardeu 66 por cento da floresta e em Castanheira de Pera 56 por cento.
Relançar a economia e prevenção de riscos
Num segundo grupo de medidas, que representa 62 por cento do total apurado, foram incluídas medidas de prevenção e relançamento da economia, nas áreas de floresta, relançamento da economia e prevenção e gestão de riscos. Medidas que totalizam um valor de 303 milhões de euros.

“Tendo em consideração a dimensão e a gravidade do evento registado em termos da intensidade dos prejuízos para a floresta, entende-se que será oportuno desenvolver um projeto piloto de gestão florestal na Região Centro, com incidência especial nos concelhos afetados”, pode ler-se no relatório. Uma medida que o próprio primeiro-ministro já veio anunciar.

Um projeto que deverá orientar-se para uma visão a longo prazo da gestão da floresta portuguesa e em que se conta com uma forte participação financeira de proprietários privados. Estima-se que o custo total deste projeto ascenda aos 100 milhões de euros.

Para reduzir o risco de incêndios na Região Centro serão desenvolvidas diversas medidas de prevenção e gestão de risco, com um investimento estimado de 20 milhões de euros.

Em causa, a implementação de um sistema de videovigilância florestal, sistema de aviso às populações, georreferenciação de meios operacionais, aquisição de viaturas operacionais e equipamentos de proteção individual, entre outras.
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