Governo e professores regressam às negociações

por RTP
Os professores irão manter a exigência da recuperação dos nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço Lusa

O Governo e os professores vão esta segunda-feira voltar à mesa das negociações para discutir a recuperação do tempo de serviço congelado. Os docentes levarão consigo um abaixo-assinado com mais de 60 mil assinaturas onde é exigida a contagem integral. O primeiro-ministro já veio admitir estar pessimista à partida para as negociações.

Na reunião de hoje, marcada para as 16h00, os professores irão manter a exigência da recuperação dos nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço congelado e insistir num modelo de recuperação semelhante ao que foi acordado na região autónoma da Madeira.

A Federação Nacional de Educação (FNE) e a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) afirmaram, em comunicado, esperar que o novo processo negocial sirva apenas para estabelecer "o prazo e o modo" desta recuperação e não para discutir, mais uma vez, quanto tempo será recuperado.

Na Madeira, os professores vão recuperar o tempo de serviço a um ritmo de ano e meio de tempo congelado a cada ano civil, num processo que se prolonga até 2025."O que nós esperamos é que desta vez haja de facto uma negociação séria e que nos deixemos de fingimentos e de andar a brincar às negociações, porque o que temos assistido constantemente é a uma prepotência da parte do Governo e a uma unilateralidade das ideias deles", declarou na semana passada a presidente da do Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE).Costa pessimista
“Depois das declarações de ontem de total intransigência de um dirigente sindical, não escondo algum pessimismo sobre a possibilidade de se avançar nestas negociações”, admitiu o primeiro-ministro, referindo-se a Mário Nogueira, presidente da Fenprof.

Declarou, no entanto, que “a esperança é a última a morrer” e, por isso, ainda acredita na possibilidade de “evolução”.

Para Costa, tal como o Governo avançou na sua posição ao admitir a contagem de dois anos, nove meses e 18 dias de tempo de serviço, também os sindicatos deveriam avançar de uma forma construtiva nas negociações e deixar de lado a “intransigência”.

Por enquanto, não há sinais claros de que o Governo esteja disposto a oferecer mais do que os dois anos, nove meses e 18 dias que já apresentou como proposta no decorrer das negociações.

Essa proposta, que tinha dado por encerradas as negociações, foi seguida por um decreto-lei que o Presidente da República vetou no final de dezembro, com base na lei do Orçamento do Estado para 2019.

No debate parlamentar de sexta-feira, o ministro da Educação não garantiu que houvesse uma nova proposta do Governo relativamente à recuperação do tempo de serviço para apresentar na reunião de hoje, para a qual foram convocados dez sindicatos.

Tiago Brandão Rodrigues garantiu apenas que irá de "boa fé" para as negociações, pretendendo entrar nas mesmas “sem nenhum tipo de ameaça”.

Na terça-feira será realizada uma conferência de imprensa com as dez estruturas sindicais que estarão presentes na reunião de hoje, onde os professores irão avaliar publicamente o que foi discutido e anunciar "as ações e formas de luta que, eventualmente, serão desenvolvidas pelos professores".

c/Lusa
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