O Governo e os professores vão esta segunda-feira voltar à mesa das negociações para discutir a recuperação do tempo de serviço congelado. Os docentes levarão consigo um abaixo-assinado com mais de 60 mil assinaturas onde é exigida a contagem integral. O primeiro-ministro já veio admitir estar pessimista à partida para as negociações.
A Federação Nacional de Educação (FNE) e a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) afirmaram, em comunicado, esperar que o novo processo negocial sirva apenas para estabelecer "o prazo e o modo" desta recuperação e não para discutir, mais uma vez, quanto tempo será recuperado.
Na Madeira, os professores vão recuperar o tempo de serviço a um ritmo de ano e meio de tempo congelado a cada ano civil, num processo que se prolonga até 2025."O que nós esperamos é que desta vez haja de facto uma negociação séria e que nos deixemos de fingimentos e de andar a brincar às negociações, porque o que temos assistido constantemente é a uma prepotência da parte do Governo e a uma unilateralidade das ideias deles", declarou na semana passada a presidente da do Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE).Costa pessimista
“Depois das declarações de ontem de total intransigência de um dirigente sindical, não escondo algum pessimismo sobre a possibilidade de se avançar nestas negociações”, admitiu o primeiro-ministro, referindo-se a Mário Nogueira, presidente da Fenprof.
No debate parlamentar de sexta-feira, o ministro da Educação não garantiu que houvesse uma nova proposta do Governo relativamente à recuperação do tempo de serviço para apresentar na reunião de hoje, para a qual foram convocados dez sindicatos.
Tiago Brandão Rodrigues garantiu apenas que irá de "boa fé" para as negociações, pretendendo entrar nas mesmas “sem nenhum tipo de ameaça”.
Na terça-feira será realizada uma conferência de imprensa com as dez estruturas sindicais que estarão presentes na reunião de hoje, onde os professores irão avaliar publicamente o que foi discutido e anunciar "as ações e formas de luta que, eventualmente, serão desenvolvidas pelos professores".
c/Lusa