O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), disse hoje que o executivo disponibilizou "toda a colaboração" à Polícia Judiciária na operação de buscas em quatro secretarias regionais e câmaras municipais que resultou em sete detenções.
"A posição do governo é sempre a mesma, sempre que há processos de averiguações nós disponibilizamos toda a colaboração para que [...] as entidades judiciárias tenham acesso a tudo o que é necessário", disse o governante insular.
A operação policial, designada "AB INITIO", relaciona-se com suspeitas com criminalidade económica e financeira no âmbito da qual foram detidas sete pessoas, entre elas autarcas, empresários, funcionários públicos, titulares de cargos políticos e de altos cargos públicos.
"Sempre que há averiguações judiciárias, ou por denúncias anónimas, ou por suspeitas que são suscitadas, ou por qualquer questão, a nossa posição é sempre uma posição muito transparente e muito determinada no sentido de colaborar com as autoridades judiciárias em tudo", declarou, reforçando que "sempre foi assim" e "continuará a ser" enquanto desempenhar a função de presidente do executivo.
Miguel Albuquerque falava aos jornalistas à margem da cerimónia de assinatura de um contrato entre a Região Autónoma da Madeira e a Fábrica da Igreja dos Prazeres, no concelho da Calheta, na zona oeste da ilha, com vista a comparticipar os encargos com o projeto de construção do Mini Zoo da Quinta Pedagógica da localidade.
O chefe do executivo madeirense considerou que "qualquer denúncia anónima pode levar a um ato de buscas" e à abertura de um inquérito por parte do Ministério Público.
"Da nossa parte, estamos totalmente disponíveis para facultar tudo o que é documentação necessária", reiterou.
A operação policial visou a execução de 43 mandados de buscas domiciliárias e não domiciliárias, de acordo com um comunicado da Polícia Judiciária (PJ).
Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de participação económica em negócio, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, prevaricação e financiamento proibido de partidos políticos.
Fonte judicial indicou também à Lusa que esta investigação está relacionada com as buscas e detenções efetuadas no início do ano, na ilha da Madeira, e que envolveram entre os suspeitos o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e o então autarca do Funchal, Pedro Calado.
Por sua vez, fonte da Procuradoria-geral da República (PGR) disse à Lusa que se "confirma apenas a realização de buscas relacionadas com contratação pública".