Golas anti-fumo. Judiciária faz buscas no MAI e Proteção Civil
A Polícia Judiciária desencadeou esta quarta-feira buscas no Ministério da Administração Interna, na sede da Proteção Civil e na empresa Foxtrot, diligências relacionadas com o dossier das golas anti-fumo do programa Aldeia Segura. A Procuradoria-Geral da República confirmou que se encontram em curso "oito buscas domiciliárias e quarenta e seis não domiciliárias".
"É uma operação que está a decorrer em todo o país e o Porto não é diferente. Estamos a colaborar", afirmou à Lusa o comandante de Operações de Socorro do porto, Carlos Alves.
Em Loulé, distrito de Faro, estão três inspetores da PJ nas instalações do CDOS, segundo Vítor Vaz Pinto, comandante operacional distrital.
O comandante sublinhou a abertura para "disponibilizar tudo o que for necessário" ao trabalho das autoridades, assim como o acesso a toda a documentação solicitada.
Em Coimbra, fonte ligada ao processo confirmou à Lusa buscas no âmbito do “Aldeia Segura”, referindo que está a ser realizada uma verificação de documentos.
Outras fontes da Proteção Civil indicaram que há buscas também no CDOS de Portalegre e de Beja.
No passado mês de julho, o dossier das golas anti-fumo levou o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, a abrir um inquérito sobre o processo de aquisição de materiais de sensibilização para o programa Aldeia Segura. Pessoas seguras.
Dois dias após a decisão de abrir inquérito, o adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, Francisco Ferreira, demitiu-se na sequência da controvérsia sobre o seu envolvimento na escolha das empresas que produziram os “kits de emergência”, que continham as golas anti-fumo.
Na altura, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil veio esclarecer que os materiais distribuídos às populações não eram “de combate a incêndios nem equipamentos de proteção individual”.
O programa Aldeia Segura. Pessoas Seguras consiste numa campanha de “sensibilização para a prevenção de comportamentos de risco e para a adoção de medidas de autoproteção” e, para esse efeito, “foram produzidos e distribuídos diversos materiais de sensibilização”, como os “kits de emergência”, segundo a Proteção Civil.