As galerias romanas da baixa de Lisboa, com quase dois mil anos, vão abrir durante três dias ao público. A visita é gratuita mas esperam-se longas filas.
Uma vez mais a Câmara Municipal de Lisboa associa-se às comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que se comemora no dia 18 de abril.
O objetivo é sensibilizar os cidadãos para a importância da salvaguarda do património. As visitas decorrem entre o dia 17 e 19 de abril. O Museu de Lisboa reabre assim, uma vez mais, as galerias romanas da Rua da Prata, que podem ser visitadas entre as 10h00 e as 18h00 (última entrada às 17h30), em grupo e sem marcação prévia.
As visitas são realizadas sob a orientação de técnicos do Museu de Lisboa e do Centro de Arqueologia de Lisboa, contando ainda com o apoio da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC).
Em 1771, durante a reconstrução da cidade de Lisboa, na sequência do grande Terramoto de 1755, surgiram pela primeira vez notícias da existência de um vasto conjunto de galerias romanas no subsolo da Baixa.
A noção de património de então levou a que apenas uma inscrição romana dedicada a Esculápio (Deus da Medicina) fosse salvaguardada. O edifício romano, dada a sua grande robustez, serviria de alicerce aos prédios pombalinos.“Conservas de água”
Em 1859, obras de saneamento permitiram realizar um levantamento exaustivo das ruínas, um dos trabalhos arqueológicos pioneiros na cidade de Lisboa. Entrevista com António Marques, Coordenador do Centro de Arqueologia de Lisboa
Visitas esporádicas, com finalidades jornalísticas e de investigação, iniciaram-se em 1909, sendo as galerias, à data, conhecidas por “Conservas de Água da Rua da Prata”, por serem utilizadas como cisterna pela população de Lisboa.
A abertura ao público com regularidade teve início nos anos 80, época em que foi possível à Câmara Municipal de Lisboa criar condições de segurança e de acessibilidade ao monumento.
Atualmente são visitáveis duas vezes por ano pois encontram-se com um nível de água elevado, implicando um processo de bombagem. Um procedimento moroso que levanta problemas de conservação do monumento e dos edifícios que se encontram por cima.
O que se pode ver
O acesso à totalidade do monumento foi limitado pela construção, desde o século XVIII, dos colectores de esgoto da cidade. Entrevista com António Marques, Coordenador do Centro de Arqueologia de Lisboa
Hoje, a parte visitável é constituída por uma rede de galerias perpendiculares, de diferentes alturas, onde se destacam:
• pequenos compartimentos (celas) dispostos lateralmente a algumas das galerias, que poderão ter sido utilizados na época romana como áreas de armazenamento;
• arcos em cantaria de pedra almofadada, técnica típica dos inícios da época imperial romana;
• abóbadas, onde são visíveis as marcas das tábuas de madeira que serviram para a sua construção e onde se podem observar várias aberturas circulares que serviram de bocas de poço, desde data desconhecida;
• “Galeria das Nascentes”, também chamada “dos Olhos de Água”, que ostenta a fractura que divide em dois a parte hoje visitável do monumento. É desta fenda que brota a água proveniente do lençol freático, inundando toda a área das galerias.
O objetivo é sensibilizar os cidadãos para a importância da salvaguarda do património. As visitas decorrem entre o dia 17 e 19 de abril. O Museu de Lisboa reabre assim, uma vez mais, as galerias romanas da Rua da Prata, que podem ser visitadas entre as 10h00 e as 18h00 (última entrada às 17h30), em grupo e sem marcação prévia.
Em 1771, durante a reconstrução da cidade de Lisboa, na sequência do grande Terramoto de 1755, surgiram pela primeira vez notícias da existência de um vasto conjunto de galerias romanas no subsolo da Baixa.
A noção de património de então levou a que apenas uma inscrição romana dedicada a Esculápio (Deus da Medicina) fosse salvaguardada. O edifício romano, dada a sua grande robustez, serviria de alicerce aos prédios pombalinos.“Conservas de água”
Em 1859, obras de saneamento permitiram realizar um levantamento exaustivo das ruínas, um dos trabalhos arqueológicos pioneiros na cidade de Lisboa. Entrevista com António Marques, Coordenador do Centro de Arqueologia de Lisboa
Visitas esporádicas, com finalidades jornalísticas e de investigação, iniciaram-se em 1909, sendo as galerias, à data, conhecidas por “Conservas de Água da Rua da Prata”, por serem utilizadas como cisterna pela população de Lisboa.
A abertura ao público com regularidade teve início nos anos 80, época em que foi possível à Câmara Municipal de Lisboa criar condições de segurança e de acessibilidade ao monumento.
Atualmente são visitáveis duas vezes por ano pois encontram-se com um nível de água elevado, implicando um processo de bombagem. Um procedimento moroso que levanta problemas de conservação do monumento e dos edifícios que se encontram por cima.
O que se pode ver
O acesso à totalidade do monumento foi limitado pela construção, desde o século XVIII, dos colectores de esgoto da cidade. Entrevista com António Marques, Coordenador do Centro de Arqueologia de Lisboa
Hoje, a parte visitável é constituída por uma rede de galerias perpendiculares, de diferentes alturas, onde se destacam:
• pequenos compartimentos (celas) dispostos lateralmente a algumas das galerias, que poderão ter sido utilizados na época romana como áreas de armazenamento;
• arcos em cantaria de pedra almofadada, técnica típica dos inícios da época imperial romana;
• abóbadas, onde são visíveis as marcas das tábuas de madeira que serviram para a sua construção e onde se podem observar várias aberturas circulares que serviram de bocas de poço, desde data desconhecida;
• “Galeria das Nascentes”, também chamada “dos Olhos de Água”, que ostenta a fractura que divide em dois a parte hoje visitável do monumento. É desta fenda que brota a água proveniente do lençol freático, inundando toda a área das galerias.