A fusão dos hospitais em Coimbra, iniciativa que em 2011 criou o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), foi mal planeada e não ofereceu vantagens para os doentes.
A opinião é do novo presidente da Secção Regional da Ordem dos Médicos (SRCOM) que, em entrevista à agência Lusa, defendeu que, na altura, devia ter sido elaborado um plano "das mais-valias que daí pudessem advir, que teriam de ser seguramente para a população, em primeiro lugar, mas também para os profissionais e para o erário público".
"Era isso que se esperava que uma fusão trouxesse e pelo que me vou apercebendo não trouxe nenhuma dessas melhorias - nem poupança de dinheiro, nem benefícios para os profissionais de saúde nem para os doentes", afirmou Manuel Teixeira Veríssimo.
Para o médico especialista, tratou-se de uma fusão "seguramente mal planeada e o que se exigia nessa altura é que tivesse sido feito um plano a médio prazo, em que claramente se dissesse o que se ia fazer, sempre com o objetivo de haver mais-valia para a população, o que não aconteceu".
"Parece-me que foi uma fusão falhada", sublinhou o presidente da SRCOM.
O CHUC resultou da fusão dos Hospitais da Universidade de Coimbra, que geria a Maternidade Daniel de Matos, com o Centro Hospitalar de Coimbra, constituído pelo Hospital Geral (Covões), Hospital Pediátrico, Maternidade Bissaya Barreto e Hospital Sobral Cid.
Relativamente à construção da nova maternidade em Coimbra, para substituir as duas que existem atualmente - Daniel de Matos e Bissaya Barreto - Manuel Teixeira Veríssimo considerou que é um assunto "que devia estar resolvido há muitos anos".
"Qualquer das maternidades em funcionamento tem condições deficitárias de funcionamento do ponto de vista da estrutura e dificuldades com o pessoal", referiu o dirigente.
Quanto à sua localização, que foi alvo de polémica, o presidente da SRCOM defendeu que "há 10 ou 15 anos podia ter sido perfeitamente construída junto ao Hospital dos Covões, com vantagens, já que tinha mais espaço, local para estacionamento e era uma área menos afogada".
"Neste momento, com a desarticulação de grande parte dos serviços dos Covões, do ponto de vista técnico não há condições para ser feita ali e deverá ser construída junto de um hospital central com todas as valências como tem os HUC", disse Manuel Teixeira Veríssimo, considerando que a decisão de construir a maternidade no perímetro daquela unidade "é tecnicamente a correta".
Manuel Teixeira Veríssimo, médico assistente graduado sénior de Medicina Interna e professor associado com agregação da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, foi eleito, no dia 19 de janeiro, presidente da SRCOM.