Furna do Enxofre encerrada devido a níveis de CO2 "bastante acima do normal"

por © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

A Furna do Enxofre, na ilha Graciosa, Açores, foi encerrada após o Centro de Vulcanologia ter alertado, terça-feira ao fim do dia, para níveis de dióxido de carbono (CO2) "bastante acima do admissível", foi anunciado.

Teresa Ferreira, do Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos (SIVISA), adiantou à agência Lusa que os níveis de CO2 registados no interior da furna são próximos dos 10 por cento, pelo que desaconselha visitas ao local.

Segundo explicou, a concentração de CO2 acontece devido à má renovação do ar dentro da furna, sendo que a situação só melhorará quando as condições atmosféricas se alterarem.

As concentrações de CO2 superiores a 10 por cento podem produzir inconsciência em poucos minutos e a partir de 25 por cento podem ocorrer convulsões e morte, disse.

O dióxido de carbono é um gás incolor e inodoro que actua como asfixiante e os seus sintomas só se fazem sentir quando são atingidas grandes concentrações, que ocupam o lugar do oxigénio.

Os sintomas relacionados com uma sobreexposição confundem-se facilmente com os da fadiga e consistem essencialmente em aceleração da respiração, aumento do ritmo cardíaco, dores de cabeça, suores, tonturas, fraqueza muscular, depressão mental, sonolência e ruídos nos ouvidos.

A Furna do Enxofre, um dos principais pontos turísticos da Graciosa, encontra-se localizada na base da caldeira do vulcão central da ilha, estando cerca de 80 metros abaixo do nível do solo.

As visitas guiadas à furna, que decorrem entre as 11:00 e as 16:00, são sempre acompanhadas de um funcionário da autarquia, que se encontra em permanência no local, com acesso aos dados recolhidos por sensores.

No interior da Furna do Enxofre, que possui um lago, já morreram duas pessoas, em 1992, devido à concentração de níveis elevados de CO2.


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