Furacão `Alex` passa a tempestade tropical

por Lusa

Redação, 15 jan (Lusa) - O furacão `Alex` passou hoje a tempestade tropical após ter atravessado o arquipélago dos Açores, disse à Lusa fonte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

"O furacão `Alex` já passou a tempestade tropical e já se encontra a norte da Terceira. Passou mais a leste do que estava previsto, mais ou menos a 20/30 quilómetros a leste da Terceira", afirmou à agência Lusa a meteorologista Elsa Vieira, da delegação regional dos Açores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), perto das 14:30 locais (mais uma hora em Lisboa).

De acordo com a especialista, "agora a situação irá melhorando, mesmo em termos de precipitação e de vento, à medida que a tempestade se for deslocando mais para norte", perdendo intensidade nessa deslocação.

Elsa Vieira indicou que "foi registado no aeroporto de Ponta Delgada, por volta das 11:00/12:00, um vento médio de 80 quilómetros por hora com rajadas de 109 [quilómetros/hora]".

"Em termos de precipitação, [registaram-se] 34 litros por metro quadrado também em São Miguel", acrescentou.

A meteorologista explicou que a parte mais ativa do sistema furacão passou no mar, mas não dispunha de dados relativos à agitação marítima.

O furacão `Alex` - de nível 1 (o menos grave de uma escala de cinco) - é o primeiro fenómeno meteorológico desta natureza a acontecer no mês de janeiro em quase 80 anos, de acordo com meteorologistas norte-americanos, e motivou a emissão de avisos vermelhos para vento, agitação marítima e chuva para os grupos central (São Jorge, Terceira, Graciosa, Faial e Pico) e oriental (Santa Maria e São Miguel).

O aviso vermelho é o mais grave numa escala de quatro e representa uma situação meteorológica de risco extremo.

O agravamento do estado do tempo no arquipélago levou ao encerramento de tribunais nestas sete ilhas, enquanto nas escolas não houve aulas, assim como nos três polos da Universidade dos Açores, que funcionam em Ponta Delgada (São Miguel), Angra do Heroísmo (Terceira) e Horta (Faial).

O Governo Regional recomendou ainda o encerramento das creches e jardins-de-infância, tendo o presidente do executivo, Vasco Cordeiro, determinado o fecho dos serviços da administração regional para as sete ilhas.

A exceção foram "os serviços considerados urgentes e essenciais, nomeadamente hospitais, centros de saúde, serviços de proteção civil, assim como os demais considerados pelos respetivos diretores regionais da tutela".

Também pelo menos seis municípios -- Praia da Vitória (Terceira), Nordeste, Povoação e Ponta Delgada (São Miguel) e Lajes e São Roque (ambos do Pico) -- decidiram pelo encerramento dos serviços.

No porto de Ponta Delgada, o maior do arquipélago, que em dezembro sofreu vários danos decorrentes da agitação marítima, foram tomadas medidas preventivas, como a deslocação de embarcações comerciais para o norte da ilha, e o reforço da amarração das embarcações de recreio e pesca.

AYMN (SR) // ROC

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