A Polícia Judiciária e o Gabinete do Cibercrime da Procuradoria-Geral da República desencadearam esta quinta-feira uma operação contra a criminalidade informática e tecnológica, nomeadamente o denominado hacktivismo. As equipas realizaram buscas domiciliárias em vários locais por todo o país. Sete pessoas foram detidas nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, incluindo o criador do TugaLeaks.
Rui Cruz, fundador do TugaLeaks, é um dos sete detidos nesta operação. O activista terá participado num ataque em junho passado à Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa. Na altura foram divulgados os dados pessoais e profissionais de dois mil funcionários do Ministério Público.
Trata-se de uma operação que vem sendo desenvolvida desde abril do ano passado, tendo as autoridades passado agora à fase de recolha "de informação e de material probatório", o que exigiu para já “a realização de vinte e quatro buscas domiciliárias [com] a detenção de sete presumíveis autores, um deles de sexo feminino, de idades compreendidas entre os 17 e os 40 anos de idade, nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto".
Ainda de acordo com a PJ, foram apreendidos sistemas informáticos que serão agora objecto de análise forense. A polícia de investigação criminal fez saber que "prossegue as investigações, no sentido de apurar a natureza e a extensão das conexões criminosas destes grupos, continuando a acompanhar casos concretos de fenómenos criminais semelhantes, relativos à prática, instigação, reivindicação ou apologia destes tipos de crimes".
TugaLeaks foi um dos alvos da busca
Os detidos pertencem "ao Anonymous Portugal e a outros grupos associados", de acordo com informação de uma fonte da PJ à agência Lusa. Foram constituídos 14 arguidos.
"A atividade destes grupos centrava-se no ataque frequente e lesivo a sistemas informáticos institucionais, públicos e privados, sendo que as consequências práticas do cometimento destes tipos de crimes conduzem à inesperada inoperabilidade institucional dos mesmos, com os prejuízos daí resultantes", explica a PJ no comunicado enviado às redações.
Nos casos de sistemas do Estado, acrescenta a PJ que os ataques informáticos provocaram "clara afetação da sua imagem, quanto a matérias de fiabilidade e segurança (...) Este tipo de criminalidade tem, ainda, um efeito erosivo sobre a confiança dos cidadãos nas estruturas nacionais da rede internet, prejudicando a sua credibilidade, nível de segurança e funcionamento regular, bem como comprometendo uma maior e mais segura adesão aos serviços nas redes de informação, processamento e comunicação".
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