O diretor Nacional da Polícia Judiciária avisa que "ninguém espere resultados imediatos" e acrescenta que foi um "crime complexo, altamente organizado, de gente violenta que tudo fará para continuar em liberdade e com alta capacidade de mobilidade".
Em conferência de imprensa conjunta, Rui Abrunhosa, diretor-geral de Reiserção e Serviços Prisionais admite que "pelas 09h56 (de sábado) deu-se a fuga" e foi oficialmente comunicada “cerca de 40 minutos depois porque só nessa altura se verificou que faltavam cinco indivíduos” no momento em que todos regressaram às celas. Em curso decorre também "investigação às circunstâncias" desta fuga, "algo falhou" e é preciso perceber o que aconteceu.
Eu preciso de mais guardas", não por causa desta fuga, "eu já precisava de guardas".
Eu preciso de mais guardas", não por causa desta fuga, "eu já precisava de guardas".
O diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais pediu a abertura de um concurso para 225 guardas prisionais.
Rui Abrunhosa explicou que "em princípio estão sempre dois guardas a ver" as câmaras de vigilância. "É possível, diria eu, que alguma coisa falhou aí (…) se há cinco pessoas que fogem de uma cadeia, falhou qualquer coisa no âmbito da segurança".
Foto: imagens dos fugitivos - Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (facebook)
Nesta conferência de imprensa conjunta do Sistema de Segurança Interna, da Direção-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, da Polícia Judiciária, da GNR e da PSP, o secretário-geral adjunto do Sistema de Segurança Interna (SSI), admite que "esta investigação não é simples, é complexa e portanto, a ideia de resultados imediatos é falaciosa". Manuel Vieira, secretário-geral adjunto do SSI, garante que "vamos atingir resultados certamente, não serão aqueles com o grau de emergência que tivesse".
O diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, afirma que "detetámos que todos os pormenores foram pensados ao mais ínfimo detalhe", houve ajuda do exterior e que nem o carro da fuga nem quem auxiliou os evadidos foram "identificados".
"Dos cinco só um não tem antecedentes de crimes violentos" avisa o diretor nacional da PJ e acrescenta "esta gente tem várias tentativas de evasão e tudo farão para continuar em liberdade. E tudo inclui o fator de vida humana". Luís Neves adianta que "é preciso reserva na investigação" apelando à comunicação social para "ter algum cuidado e reserva".
O diretor nacional da Polícia Judiciária apela "à população que se abstenha de ter qualquer contacto com estas pessoas. Pedimos que qualquer informação que a população tenha o faça através dos canais habituais, começando pelo 112" ou se tiver alguma relação de confiança com a polícia o faça diretamente.
Questionado pela RTP sobre se pondera demitir-se na sequência desta fuga, o diretor-geral reinserção e serviços prisionais afirma que "se vir que a confiança em mim depositada não existe mais, eu próprio sairei", mas "não é minha maneira de ser desistir na primeira contrariedade".
Nesta conferência de imprensa, também foi sublinhado que foi "agilizada a cooperação de policial internacional" para a captura dos cinco reclusos que fugiram do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no distrito de Lisboa.