
O cheiro que na quarta-feira lançou o pânico em algumas zonas de Lisboa foi provocado por um acidente na Faculdade de Farmácia. Um reagente, com enxofre na sua composição, foi largado num baldio, espalhando um odor intenso a partir da Cidade Universitária.
Desde há uma ano, a faculdade começou a utilizar um novo reagente à base de enxofre e hidrogénio para as suas experiências. Durante o dia de ontem, uma funcionária do laboratório verificou que um dos frascos guardado no congelador e que continha o reagente em estado sólido se encontrava rachado.
Uma vez que os responsáveis pelo laboratório se encontravam em reunião, a funcionária resolveu a situação - a atmosfera do local onde se encontrava o frasco estava já fortemente afectada - largando o recipiente no referido terreno, a céu aberto.
Os responsáveis da Faculdade de Farmácia garantem que ainda durante a noite de quarta-feira informaram as autoridades do sucedido, logo após terem sido postos ao corrente do episódio pela própria funcionária, que apenas foi contactada ao início da noite.
Os técnicos do Ministério do Ambiente deslocaram-se ao local com o intuito de recolher amostras para análise toxicológica e ficou desde logo esclarecido que a propagação da substância foi feita pelo vento e não pelo sistema de esgotos, tese inicialmente defendida.
Esta quinta-feira, ao início do dia, as funcionárias da faculdade receberam ordens no sentido de limpar o local com lixívia, numa tentativa de neutralizar o cheiro.
No entanto, e apesar de as autoridades garantirem não existir perigo para a saúde pública, acabariam por se sentir mal algumas funcionárias do ISCTE, cujas instalações se situam ao lado da Faculdade de Farmária.
Duas mulheres foram assistidas pelo INEM no local, mas uma terceira deu entrada no Hospital de Santa Maria com náuseas e problemas respiratórios.
As queixas destas funcionárias levaram a que fossem feitas novas medições, dentro e fora do edifício, mas a Protecção Civil Municipal voltou a garantir que não havia razões para alarme.