Francisco Rodrigues dos Santos surpreendido com declarações de "opositores internos"

por RTP

No dia em que Nuno Melo criticou os resultados eleitorais do CDS-PP e anunciou que se pode vir a candidatar à liderança do partido, Francisco Rodrigues dos Santos assume que "foi com surpresa" que assistiu "às declarações" do opositor. Para o líder atual do CDS, se tivesse seguido a "estratégia" dos opositores internos, o partido não tinha conseguido fazer as coligações com o PSD e, assim, ganhar as câmaras municipais de Lisboa, Porto e Coimbra.

Em entrevista ao Jornal 2, da RTP 2, o atual líder do CDS afirmou estar surpreendido por Nuno Melo ter dito que “o partido se encontra débil”, visto que foi “num estado débil” que Francisco Rodrigues dos Santos considera que o encontrou.

“Num estado débil foi como eu encontrei o partido. Depois do pior resultado de sempre numas eleições legislativas, com as finanças completamente arruinadas e com dois novos partidos a concorrer no nosso espaço político”, declarou na entrevista emitida esta sexta-feira à noite. “Esta foi a herança que eu recebi”.

Francisco Rodrigues dos Santos assegura que, como líder do CDS, inverteu “esta tendência de declínio”, colocando o partido pela primeira vez no Governo da região autónoma dos Açores. Além disso, o líder do partido disse que contribuiu para a eleição do Presidente da República da mesma “família política” e nas eleições autárquicas o CDS manteve as suas seis câmaras, aumentou o número de autarcas e as câmaras de coligação com o PSD.

“O CDS é o único partido que pode dizer que governa, simultaneamente, o Porto, Lisboa e Coimbra”, frisou.

“Se eu fosse a seguir a estratégia dos meus opositores internos, não teria ganho Lisboa – porque não queriam coligação -, não teria ganho Coimbra – porque não queriam esta aliança com o Partido Social Democrata - , e certamente que não seguiria esta estratégia de entendimentos alargados com o PSD onde fosse possível derrotar a esquerda do poder, porque sempre se mostraram contra”.

Para o líder do partido, “o resultado está à vista”: “o CDS-PP foi um partido imprescindível para ganharmos estas câmaras municipais, porque se houve um aumento de coligação ele foi diretamente proporcional ao número de câmaras que conseguimos vencer em coligação”.
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