António Vaz Pinto e Vasco Pinto de Magalhães, dois padres jesuítas, reconhecem que há em Francisco uma devoção mariana própria dos exercícios espirituais, o instrumento de formação de Santo Inácio de Loyola, o fundador dos jesuítas.
Esta presença de Nossa Senhora nos exercícios espirituais não é segundo Pinto de Magalhães, "uma marianismo típico" mas tem lugar porque é através de Nossa Senhora "que Jesus chega até nós e através de quem se chega a ele".
Considera, por isso que se pode dizer que é um Papa Mariano.
Quanto à particular ligação a Fátima, Vaz Pinto pensa que "não existe" apesar do Papa conhecer o fenómeno de Fátima.
Já Pinto de Magalhães salienta em particular uma referencia feita pelo Papa durante uma das catequeses em que fala de Nossa senhora de Fátima como "mãe da esperança". Numa analogia às dores de parto, o padre Pinto de Magalhães lembra que a esperança surge muitas vezes das dores, ou seja das dificuldades do mundo. Porque "a virtude da esperança não é a expectativa de que alguma coisa aconteça, é o nosso compromisso em acreditar que vale a pena transformar o mundo". E, em 1917, as aparições de Fátima foram um sinal de esperança.
De resto considera que a religiosidade de Fátima se enquadra na forma de pensamento do Papa, a que já se deu o nome de "teologia do povo". Uma religiosidade popular que aproveita a todos e que se manifesta na "forma direta e descomplicada" de estar e de falar.
Relativamente ao impacto da visita do ponto de vista político e social, Vaz Pinto considera que "não vai dar um grande contributo". No entanto a acredita e espera que consolide algumas das mensagens da Igreja sobre o aborto, a eutanásia e as injustiças. Acredita que o Papa pode até nem falar destes assuntos diretamente mas abordar o que está na sua base, ou seja, a ideia de que "nós não somos os senhores da vida".
Já Pinto de Magalhães espera que o Papa "traga uma mensagem de espiritualidade forte", a espiritualidade que tanto o caracteriza.