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Forma de adjudicação do estudo é "um negócio suspeito", afirma Marques Mendes

por Agência LUSA
O líder social-democrata classificou de "esfarrapadas" as explicações dadas até agora pelo governo Lusa

O líder do PSD afirmou que a forma como foi adjudicado o estudo que fundamenta a instalação de portagens em várias Scuts é "um negócio no mínimo suspeito" e "indicia relações perigosas".

"É um negócio no mínimo suspeito, sem concurso público mas com dinheiros públicos e indicia, a não ser dada uma explicação convincente, relações perigosas", disse Marques Mendes em declarações à Lusa.

O líder social-democrata classificou de "esfarrapadas" as explicações dadas até agora pelo governo sobre o assunto.

"Não convencem ninguém. Impõem-se que não próxima semana o governo dê uma explicação mais cabal" afirmou considerando que o que está em causa "é o princípio da mulher César".

Pedro Duarte, deputado e vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata disse em declarações à Lusa que o PSD irá confrontar o ministro das Obras Públicas aquando da sua deslocação ao parlamento na segunda-feira.

"Espero que até lá o ministro se prepara para dar outro tipo de explicação mais clara e diferente do que tem sido dada", disse.

Marques Mendes e Pedro Duarte falavam a propósito de uma notícia hoje divulgada pelo semanário Sol, segundo a qual os dois estudos técnicos sobre as SCUT foram atribuídos à empresa que Vasco Gueifão - actual adjunto do secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos - fundou em 2001 com outros quatro sócios e à qual foi "requisitado" pelo Governo.

De acordo com o semanário, os estudos foram pagos pela Estradas de Portugal (EP), empresa tutelada por Paulo Campos, e o Ministério das Obras Públicas disse que se trata de "um lapso" a situação de "requisitado" de Vasco Gueifão e que irá proceder "imediatamente à alteração do despacho".

O secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, já comentou hoje a notícia do semanário Sol, considerando-a uma "mistificação" e um "ataque político" para "descredibilizar o estudo" que determinou a introdução de portagens em três das sete SCUT.

Paulo Campos declarou que esse estudo é "rigoroso e foi validado por uma consultora internacional reputada", que Vasco Gueifão foi contratado "por ter um passado profissional de competência" e salientou que "assim que entrou, vendeu as acções na consultora" F9 Consulting.

O secretário de Estado sublinhou que o valor dos estudos não obriga à contratualização por concurso público, que o processo de ajuste directo dos estudos à consultora foi conduzido pela Estradas de Portugal (EP) e não pela secretaria de Estado e disse que esse processo foi "completamente transparente".
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