Fogo de Odemira ameaça estender-se a Silves e desaloja 17 pessoas

por RTP
O fogo não dá tréguas e já obrigou à retirada de pessoas das suas casas D.R.

O fogo que começou no concelho de Odemira, distrito de Beja, e já entrou na zona de Monchique, ameaça estender-se também a Silves, no Algarve, obrigando a retirar preventivamente 17 pessoas de suas casas.

"Este incêndio já atingiu o concelho de Monchique e tem também perspetivas de poder atingir o território de Silves (no distrito de Faro). Nestes três concelhos estão a ser desenvolvidas ações preventivas, nomeadamente junto das habitações isoladas na serra", tendo sido deslocadas 17 pessoas nos três concelhos, por precaução, informou o comandante Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), durante a madrugada.

No local combatem atualmente as chamas 639 operacionais, apoiados por 225 veículos e 12 máquinas de rasto, estando previsto o reforço de meios nas próximas horas, informou a mesma fonte.

"O resultado do trabalho dos operacionais no terreno começa a ver-se", com o fogo a "começar a ceder ao combate", mas "ainda há muitas horas de trabalho pela frente".


"Ainda temos alguns meios a caminho, que vão chegar nas próximas horas ao teatro de operações", disse o comandante Pedro Araújo.

O combate ao incêndio, que mantém duas frentes ativas, em mato e povoamento misto, de sobreiros, pinheiros e eucaliptos, está a ser dificultado pelo vento e pelos acessos difíceis.

"É um incêndio que é favorecido pelo vento que se faz sentir no local, mas também acompanhando a topografia nesta zona do território", uma "zona montanhosa, de acessos difíceis", explicou o comandante.

"Em alguns segmentos do incêndio, não existem acessos a meios terrestres", acrescentou.

As chamas já fizeram um ferido grave, um civil de 20 anos que sofreu queimaduras e foi transportado para o hospital, tendo ainda um bombeiro sido assistido no local, por ter sofrido uma entorse, acrescentou fonte da ANEPC.

"Este civil foi inicialmente considerado ferido leve e, depois da intervenção da viatura médica, foi reclassificado para ferido grave", explicou a mesma fonte.

O homem "inspirou ar muito quente e tem que ser avaliado do ponto de vista das vias aéreas", tendo ainda "uma área queimada considerável", assinalou, frisando tratar-se do "único ferido" por agora, dado que o bombeiro foi apenas assistido no local.

A operação de combate envolveu, ao longo do dia e noite, meios dos bombeiros e da Força Especial de Proteção Civil, assim como a AFOCELCA, GNR e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

A principal preocupação são as habitações isoladas que existem na serra de Monchique.

O Governo decidiu prolongar a situação de alerta. 14 distritos registam condições meteorológicas que aumentam o risco de fogo. A situação de alerta só termina à meia-noite.
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