Fim de semana prolongado traz novos constrangimentos nas urgências
Seis serviços de urgências vão estar encerrados durante o fim de semana prolongado, que se inicia na sexta-feira com o feriado do 25 de Abril. Dia em que estarão de portas fechadas as urgências de ginecologia e obstetrícia dos hospitais Amadora-Sintra, do Barreiro e Garcia de Orta, em Almada.
A urgência de obstetrícia do Amadora-Sintra reabre no sábado. Já nas Caldas da Rainha o serviço de obstetrícia e ginecologia não vai receber utentes no domingo.
No restante território português, há apenas uma urgência encerrada no fim de semana: ginecologia e obstetrícia do Hospital de Santo André, em Leiria.
Contudo, haverá outros constrangimentos. Em Braga, por exemplo, a urgência de obstetrícia só vai atender utentes que se encontrem nas urgências internas. As restantes só serão atendidas se forem referenciadas pelo INEM ou pela linha SNS24.No início da semana, a ministra da Saúde admitia novas dificuldades nos serviços de urgência.
Ana Paula Martins visitou na quarta-feira no Hospital de Santa Cruz, integrado na Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental, onde foi questionada sobre as recentes notícias de partos em ambulâncias e dados que referem meia centena destes casos em 2024.
“O objetivo é que nasçam cada vez menos bebés em ambulâncias, sobretudo através de gravidezes bem vigiadas. Se há uma área onde nos distinguimos nos últimos 45 anos é na área materno-infantil e por isso o que temos é de conseguir garantir que esses indicadores se mantenham”, redarguiu a governante.
Na passada segunda-feira, uma grávida em fim de tempo dirigiu-se à urgência geral do Hospital de Barreiro, cujo serviço de ginecologia e obstetrícia estava fechado. A mulher acabou por ter o bebé num corredor.
Plano “está em desenvolvimento”
A ministra respondeu ainda às críticas do ex-diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde, Fernando Araújo, que em entrevista ao podcast da Antena 1 Política com Assinatura defendeu a demissão de Ana Paula Martins. Segundo a titular da pasta da Saúde, o plano de emergência e transformação do SNS não falhou. “Está em desenvolvimento e tem uma grande parte das medidas preconizadas já atingidas”, argumentou.
“Compreendo que o ex-diretor executivo, que se demitiu e bateu com a porta à Direção Executiva, por sua vontade, também não tinha um plano, pelo menos não o reconheço”, insistiu a ministra da Saúde.
“É surpreendente que o ex-diretor executivo apareça agora a toda a hora, quando não aparecia quando era diretor executivo, mandava sempre alguém por ele. Agora pelos vistos todos os dias dá entrevistas”, prosseguiu, para deixar um repto ao atual cabeça de lista dos socialistas pelo círculo do Porto: “Gostava era que ele debatesse com o doutor Paulo Rangel e não desertasse dos debates, que foi aquilo que fez”.
Quanto ao repetido encerramento de serviços de urgência, a ministra da Saúde reconheceu uma preocupação com a Península de Setúbal, para contrapor que haverá sempre profissionais em urgência hospitalar.
c/ Lusa